No caminho para a UNESCO, aberta classificação de oito levadas da Madeira

Na Madeira, o objectivo é que Portugal apresente a candidatura das grandiosas levadas a Património da Humanidade. Natureza e engenho humano, das levadas do Rei ao Risco ou Caldeirão Verde.

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Na Levada do Norte. Na imagem, Susana Fontinha, biólogo que trabalha na candidatura das Levadas a Patrimonio da Humanidade pela UNESCO, Ana Marques Maia

A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) abriu o procedimento de classificação de um conjunto de oito levadas da Madeira, de acordo com um anúncio publicado esta quarta-feira em Diário da República (DR).

As levadas a serem classificadas são a Levada do Risco - troço entre a Ribeira do Risco e a Lomba do Lumiele; Levada das 25 Fontes; Levada do Alecrim; Levada do Norte - troço entre a madre, na Fonte da Hortelã, e a câmara de carga da Encumeada; Levada da Serra do Faial - troço do Ribeiro Frio até ao Lombo da Raiz; Levada do Caldeirão Verde - troço do Caldeirão Verde até à Venda Nova; Levada do Rei - troço entre a madre, no Ribeiro Bonito e a ETA de São Jorge; Levada dos Tornos - lanço norte, de Boaventura até à Fajã da Nogueira.

O anúncio, assinado pelo director-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, refere que a proposta foi remetida pela Secretaria Regional do Ambiente, Recursos Naturais e Alterações Climáticas da Madeira, tendo a Direcção Regional de Cultura e a Direcção de Serviços do Património Cultural "elaborado a memória descritiva e justificativa do conjunto".

No ano passado, a secretária regional do Ambiente, Susana Prada, disse que o Estado português deveria apresentar a candidatura das levadas da Madeira a Património Mundial da UNESCO em 2023.

"Esperamos concluir a versão final até ao final do ano [2022] e a nossa expectativa é que Portugal eleja esta candidatura das levadas da Madeira como a candidatura de Portugal à UNESCO em 2023", afirmou, em Fevereiro do ano passado.

Na Madeira, os canais para transportar água começaram a ser construídos no século XV, no início do povoamento da ilha, e a obra prosseguiu até ao século XX, originando uma rede com cerca de 3.100 quilómetros.

As levadas dos séculos XV e XVI estão desactivadas, pelo que a candidatura à UNESCO selecciona um conjunto de canais construídos entre os séculos XVIII e XX, que actualmente são também utilizados como percursos turísticos, constituindo um dos principais cartazes da região.