Carlos Pires é o novo secretário de Estado da Defesa e vem das secretas
O Presidente da República aceitou a proposta do primeiro-ministro para sucessor de Marco Capitão Ferreira. Carlos Pires era actualmente director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa.
Quase duas semanas depois, o Governo volta a ter secretário de Estado da Defesa Nacional: Carlos Lopes Pires foi o nome proposto pelo primeiro-ministro António Costa e já aceite pelo Presidente da República. O diplomata era actualmente director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e já integrou vários gabinetes governamentais de PS e PSD, tendo mesmo sido adjunto do então primeiro-ministro Passos Coelho.
Em nota publicada no site da Presidência da República é ainda adiantado que a posse do sucessor de Marco Capitão Ferreira será esta quinta-feira, pelas 19h, no Palácio de Belém, numa altura em que ainda estará a decorrer o debate do estado da nação no Parlamento. "O Presidente da República aceitou a proposta do primeiro-ministro de nomeação de Carlos Alberto Raheb Lopes Pires como novo secretário de Estado da Defesa Nacional do XXIII Governo Constitucional", pode ainda ler-se na nota presidencial.
Praticamente duas semanas depois de Marcelo Rebelo de Sousa ter aceitado, a 7 de Julho, a demissão de Capitão Ferreira após a realização de buscas à sua residência e ao Ministério da Defesa por suspeitas de corrupção, o executivo socialista voltará assim a ter equipa completa no ministério tutelado por Helena Carreiras. A ministra da Defesa e o seu antecessor no cargo e actual ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, serão ouvidos, em conjunto, esta sexta-feira na comissão parlamentar de Defesa precisamente a propósito dos casos em torno de Capitão Ferreira.
Carlos Lopes Pires nasceu em 1973, em Beirute, capital do Líbano, de onde saiu em criança quando eclodiu a guerra civil. A mãe era libanesa; católica maronita e o pai funcionário (vice-cônsul) na embaixada. É licenciado em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, mestre em Estudos Europeus pela London School of Economics, e integrou a carreira diplomática em 1997. Será um dos poucos diplomatas portugueses com algum domínio língua árabe.
De acordo com a nota biográfica no site do SIED, "entre as várias áreas acompanhadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros, destacam-se as relativas à Segurança e Defesa, com particular incidência no quadro da União Europeia e da OSCE". Foi ainda conselheiro de defesa na delegação portuguesa junto da NATO, em 2007-2008, e agraciado com a Medalha da Defesa Nacional.
O futuro secretário de Estado passou por vários gabinetes ministeriais ao longo dos anos, tendo sido adjunto (2010-2011) do ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado (segundo Governo de José Sócrates), adjunto do gabinete do primeiro-ministro Passos Coelho entre 2011 e 2013, e chefe de gabinete do secretário de Estado adjunto e dos Assuntos Europeus (de Fevereiro a Julho de 2013) e depois do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros (de Julho de 2013 a Agosto de 2014), ambos executivos do PSD.