Yellen garante que não quer economia dos EUA separada da China

Visita da secretária de Tesouro norte-americana a Pequim tenta serenar ambiente tenso que se vive entre as duas maiores potências mundiais.

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Janet Yellen esta sexta-feira em Pequim com o primeiro ministro chinês Li Qiang Reuters/POOL
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Em mais uma visita de responsáveis políticos norte-americanos de topo à China, a secretária do Tesouro, Janet Yellen criticou as recentes medidas punitivas impostas por Pequim contra empresas dos EUA, mas recusou a ideia de uma separação total entre as duas maiores economias do planeta. Seria algo “impossível de realizar”, disse.

Depois de o secretário do Estado norte-americano, Antony Blinken, ter estado em Pequim no mês passado, Yellen chegou esta sexta-feira à China numa visita que tem como objectivo colocar alguma água fria sobre as tensas relações entre as duas grandes potências tanto a nível político e de segurança, como económico.

Nas suas primeiras declarações públicas feitas na capital chinesa, a responsável máxima pela área económica e financeira na administração Biden deixou claro qual será o tom do discurso. Janet Yellen, a falar na Câmara do Comércio norte-americana na China, criticou as “medidas punitivas” adoptadas recentemente por Pequim contra empresas norte-americanas e os maiores constrangimentos impostos à exportação pela China de minerais fundamentais para a indústria mundial de chips e dos quais o gigante asiático é o maior extractor global.

A ex-presidente da Fed decidiu ainda deixar conselhos à condução da política económica adoptada pelas autoridades chinesas, recomendando “reformas de mercado” e afirmando que “uma abordagem baseada no mercado ajudou a um crescimento rápido na China e permitiu a saída de centenas de milhões de pessoas de uma situação de pobreza”.

No entanto, em simultâneo com estas críticas e recomendações, Yellen tentou também deixar palavras destinadas a serenar as relações entre as duas economias, aquele que é, à partida, o objectivo da visita. A secretária do Tesouro garantiu que as medidas tomadas pelos EUA contra empresas chinesas se deveram, não a uma tentativa de obter ganhos concorrenciais, mas a “preocupações de segurança nacional”. E garantiu que uma separação total entre as duas economias não é uma intenção dos EUA.

“Nós procuramos diversificar, não separar-nos. Uma separação das duas maiores economias do mundo seria desestabilizador para a economia global e seria virtualmente impossível de realizar”, afirmou.

Do lado chinês, o tom também é de tentativa de arrefecer o ambiente entre os dois países. Num comunicado pelo Ministério das Finanças é dito que “não emergem quaisquer vencedores de uma guerra comercial”. Mas, para Pequim, aquilo que é necessário para criar um melhor clima na relação entre as duas potências é os EUA tomarem “acções concretas” nesse sentido.

A visita de Janet Yellen à China faz parte de uma série de iniciativas destinadas a pôr os dois países a dialogar depois da tensão crescente que se faz sentir desde o episódio da destruição de um balão chinês pelo exército dos EUA. Um encontro entre os dois presidentes, Joe Biden e Xi Jinping, pode ser uma possibilidade até ao final deste ano.

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