Processo criminal contra Prigozhin por rebelião continua em aberto

Justiça mantém investigação ao líder do grupo Wagner, avança a imprensa russa. Ministério da Defesa divulga vídeo de Serguei Shoigu em visita às tropas na Ucrânia.

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Prigozhin deixou Rostov no sábado à noite, oficialmente com destino à Bielorrússia STRINGER
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O processo criminal contra Yevgeny Prigozhin por rebelião continua em aberto e o líder do grupo Wagner permanece sob investigação, informaram esta segunda-feira o jornal russo Kommersant e as três principais agências de notícias da Rússia, citando fontes não identificadas.

No sábado, o Presidente Vladimir Putin prometera esmagar aquilo a que classificou como uma traição, depois de Prigozhin (Prigojin na versão portuguesa) ter anunciado que os combatentes do grupo Wagner tinham tomado o controlo da cidade de Rostov, no Sul do país, e que se dirigiam para Moscovo, numa “marcha pela justiça” destinada a afastar os comandantes corruptos e incompetentes.

Ao abrigo de um acordo mediado pelo líder bielorrusso Alexander Lukashenko, que colocou ponto final na crise na noite de sábado, quando a coluna do grupo Wagner estaria já a 200 quilómetros de Moscovo, o Governo russo declarou que o processo criminal contra Prigozhin seria arquivado e que este seria transferido para a Bielorrússia. Os combatentes do grupo Wagner regressariam às suas bases e não seriam também alvo de qualquer acção judicial, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

No entanto, o jornal russo Kommersant noticiou esta segunda-feira que o processo criminal continuava em aberto e que o Serviço Federal de Segurança (FSB) prosseguia a sua investigação no âmbito do processo. O jornal citou uma fonte não identificada a dizer que ainda não tinha passado tempo suficiente para o caso poder ser encerrado.

As três principais agências noticiosas russas - TASS, RIA e Interfax - também informaram que o processo contra Prigozhin continuava aberto e que a investigação prosseguia.

“O processo criminal contra Prigozhin não foi encerrado”, informou a TASS, citando uma fonte próxima do gabinete da procuradoria-geral da Rússia. “A investigação está a decorrer”.

A pena prevista na lei russa para este tipo de crime é de 12 a 20 anos de prisão.

Prigozhin, que não é visto em público desde que deixou Rostov no sábado à noite e ainda não comentou publicamente o acordo, negou ter liderado um motim.

Shoigu aparece em público

Um dos principais alvos da fúria de Prigozhin, o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, apareceu esta segunda-feira em público pela primeira vez desde a rebelião do fim-de-semana. Em imagens transmitidas pelo canal de televisão Rossiya 24, Shoigu é visto num posto de comando das forças russas na Ucrânia, onde se “reuniu com os líderes” de uma das unidades.

Durante a visita, Shoigu “constatou uma elevada eficiência na identificação e destruição de equipamento militar e pontos de posicionamento inimigos nas áreas tácticas da zona de responsabilidade” da unidade, declarou, em comunicado publicado na plataforma Telegram, o Ministério da Defesa russo, que também divulgou um vídeo.

“Shoigu prestou especial atenção à organização de um apoio abrangente às tropas envolvidas na operação militar especial e à criação de condições para o destacamento seguro de pessoal”, acrescentou o Ministério.

Embora não se saiba a data exacta da visita de Shoigu - alguns bloggers militares russos alegam que é anterior aos acontecimentos do fim-de-semana - este não aparecia em público desde sexta-feira, quando informou Vladimir Putin, numa reunião do conselho de segurança, sobre a evolução da guerra na Ucrânia. Durante a rebelião organizada pelo líder do grupo Wagner, o ministro da Defesa manteve-se em silêncio.

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