O que é ser uma diva? O que significa? É essa a reflexão que propõe a nova exposição de moda do Museu Victoria & Albert, em Londres. A partir deste sábado, estarão expostas mais de 250 peças usadas por artistas e divas de todo o mundo, celebrando o seu talento, criatividade e influência. Em destaque, nomes como Beyoncé, Elton John, Marilyn Monroe, Lizzo, Tina Turner ou Rihanna.
São 60 coordenados de artistas não só do cinema, mas também da música, desde o século XIX até à actualidade. Muitos deles é a primeira vez que estarão em exposição depois de terem saído do palco ou do set de filmagens.
Os destaques incluem pérolas como o vestido usado por Marilyn Monroe, em 1959, no filme Quanto Mais Quente Melhor, os coordenados de Maria Callas para a primeira e última actuação na Royal Opera House e para a ópera Tosca, em 1964.
Mas são os coordenados assinados pelo consagrado figurinista norte-americano Bob Mackie que mais curiosidade têm despertado. Conhecido pela sua irreverência, cedeu à exposição alguns dos figurinos que criou para Tina Turner, Cher ou Pink. “A Tina Turner era maior do que a própria vida”, elogia, citado pelo The Guardian, lembrando a cantora que morreu há um mês, aos 83 anos.
“Muitas destas peças recuam até à viragem do século, até 1900, no tempo dos cantores de ópera e dos filmes mudos. Os seus filmes já não existem, foram desintegrados, mas permanecem as roupas em exposição”, lembrou o criador, na apresentação da exposição que abre neste sábado ao público.
Os visitantes terão oportunidade de ver o icónico visual que Elton John usou na celebração do seu 50.º aniversário, inspirado no rei francês Luís XIV, com direito a peruca e uma longa cauda. Estão ainda patentes as calças em forma de vulva usadas por Janelle Monae no vídeo da música Pynk, em 2018.
Diva está dividida em duas secções, com o Primeiro Acto a oferecer contexto histórico e o Segundo Acto a focar-se na maioria dos artistas da actualidade. O objectivo é igualmente explicar a criação do conceito de diva, não só através das peças de roupa ou fotografias, mas também recordando as suas histórias de vida e de activismo, sublinhando que muitas destas celebridades foram e são fundamentais para a consciencialização de temas, como a igualdade de género e os direitos civis.
“A diva tem um grande sentido de si própria, uma atitude e um conhecimento de como usar a sua voz”, fez notar a curadora da exposição, Kate Bailey. E sublinhou: “Queríamos mesmo mostrar essa história, quando lhes foi dada a oportunidade de serem voz da mudança, para o activismo e feminismo. É uma celebração desse lado das divas, mas também penas e das lantejoulas.”
A mostra fica patente até 7 de Abril de 2024 e os bilhetes custam 20 libras (23,35€), com descontos para jovens até aos 26 anos, estudantes e pessoas com deficiência (13 libras/15,18€). Crianças até aos 12 anos não pagam.