Mala Louis Vuitton ganha réplica mais pequena que um grão de sal

Peça não autorizada exige um microscópio para ser observada em detalhe e foi feita com técnica avançada de impressão 3D. Trata-se de uma crítica às malas de luxo, cada vez mais pequenas.

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A mala mede 0,657 por 0,222 por 0,700 milímetros DR
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O acessório verde fluorescente, feito por impressão 3D, conta com alças e o logótipo da marca, tal como a mala original DR
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Além da mala, o comprador adquirirá o microscópio para poder ver a aquisição DR
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O colectivo de arte MSCHF vai leiloar, na próxima segunda-feira, a Microscopic Handbag, uma versão microscópica da mala OnTheGO, da Louis Vuitton, criada pelo grupo. De acordo com o norte-americano New York Times, a mala, que é mais pequena do que um grão de sal — mede 0,657 por 0,222 por 0,700 milímetros —, vai ser vendida num estojo de gel lacrado com um microscópio de visor digital acoplado.

O acessório verde fluorescente conta com alças e o logótipo da marca, tal como a mala original, mas detalhes como esses só podem ser observados através de um microscópio. O objecto foi feito com resina numa técnica de impressão 3D.

Kevin Wiesner, director criativo do MSCHF, disse ao New York Times que o acessório foi concebido como uma crítica às malas de luxo, que estão cada vez mais pequenas e menos práticas. Wiesner diz achar engraçado como um objecto essencialmente prático ganhou essa natureza decorativa, como se de um acessório de joalharia se tratasse.

O artista adiantou que o colectivo não pediu permissão para usar o logótipo ou o design da Louis Vuitton. "Nós seguimos a filosofia de 'pedir perdão, não permissão'", justificou.

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Sapatilhas criadas pela MSCHF com o rapper Lil Nas X DR

Em 2021, o MSCHF enfrentou uma acção da Nike devido à concepção de umas sapatilhas com o artista com Lil Nas X — as Satan Shoes. O tribunal acabaria por dar razão à Nike, ordenando a suspensão das vendas, mas a maioria dos pares já tinha sido comprados. No ano seguinte, enfrentou uma acção da Vans, depois de ter criado umas sapatilhas com o rapper Tyga, onde a lista branca das sapatilhas daquela marca aparece ondulada, tal como a sola. O caso ainda está em tribunal.

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Sapatilhas criadas pelo colectivo MSCHF com o rapper Tyga DR

Tudo isto está de acordo com a história de provocações do MSCHF. Oficialmente fundado em Brooklyn em 2019 por Kevin Wiesner, Gabriel Whaley, Daniel Greenberg, Stephen Tetreault e Lukas Bentel, o colectivo há muito que aproveita a ironia e a controvérsia para sublinhar os absurdos do consumismo, ganhando dinheiro com isso, uma vez que os objectos produzidos são postos à venda por milhares de dólares.

Entre os seus lançamentos estão as sandálias Birkinstock feitas a partir de malas Birkin, da francesa Hermès, com o exacto desenho do modelo Birkenstock mais vendido, o Arizona. Mas, neste caso, as sandálias são feitas em pele de crocodilo, avestruz e de vitelo de malas Birkin e podem custar mais de 20 mil dólares.

Em 2019, o MSCHF lançou ainda 24 pares de Jesus Shoes, a partir do modelo Nike Air Max 97, umas sapatilhas personalizadas com água benta do rio Jordão, abençoadas por um padre de Brooklyn e que incluíam um versículo da Bíblia — “Alta madrugada, Jesus dirigiu-se a eles andando sobre o mar” — na nova fonte Times Newer Roman, criada também pelo colectivo. Custavam 4ooo dólares.

Se estes projectos permitiram à MSCHF gozar com a cultura das sapatilhas e com a religião organizada, a mala microscópica possibilita ao colectivo olhar com atenção para o mercado das malas de luxo.

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