De artesão em saber fazer (re)descobre-se a Terra Quente Transmontana

Doze artesãos da Terra Quente Transmontana abrem as oficinas aos turistas na nova Rota Saber Fazer. Enquanto as mãos mostram técnicas ancestrais, contam-se histórias do quotidiano cultural da região.

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Fátima Gomes no tear onde nasceu, em Lamas de Orelhão (Mirandela) Paulo Pimenta
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Foi como se o destino lhe tivesse sido traçado à nascença. A mãe “saiu do tear” para Fátima Gomes vir ao mundo e “logo aí tinha de ser tecedeira”, repete de sorriso doce a quem a visita na oficina onde entrelaça tapetes e mantas de lã natural. Aos 18 anos ainda emigrou. “Como todas as moças” também queria “outra vida”, longe das agruras de um quotidiano no campo, recorda. Mas os teares nunca lhe saíram das mãos. Em França, trabalhou com grandes máquinas industriais numa fábrica de têxteis. Em Lamas de Orelhão, no concelho de Mirandela, regressou aos teares tradicionais para desenvolver uma técnica única com fios grossos feitos a partir dos tons naturais das ovelhas da região, com lãs que ela própria carda e fia. Das 25 tecedeiras que chegou a conhecer na terra, desde 1987 que é a última a manter vivo o saber fazer.

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