PSP abre investigação a intervenção policial “com uso de força” em Abrantes

Um jovem de 15 anos foi agredido na zona abdominal por um agente da Unidade Especial de Polícia durante as Festas de Abrantes.

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A PSP disse que os autores das agressões “foram devidamente identificados” Daniel Rocha
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A PSP abriu uma investigação para apurar as circunstâncias da uma intervenção policial “com uso de força” ocorrido em Abrantes, no distrito de Santarém, anunciou esta quinta-feira aquela força policial.

Num vídeo, divulgado pelo Jornal de Notícias (JN), vêem-se três jovens contra uma parede e cinco elementos da Unidade Especial de Polícia (UEP). A certa altura, um dos elementos da UEP dá um murro na zona abdominal de um dos jovens, que cai e é levantado por outro polícia.

Segundo o JN, o caso está a causar indignação entre a comunidade cigana, tendo em conta que o adolescente agredido, que terá 15 anos, pertence à etnia.

Ao mesmo jornal, Almerindo Lima, dinamizador comunitário e dirigente associativo, descreveu o episódio como um caso de "violência racista". "Os jovens ciganos são os principais alvos da brutalidade policial", disse ao JN. Explicou também que, quando o grupo de jovens foi abordado pela polícia, apenas se estava a dirigir para um local onde se tinham ouvido gritos.

Num comunicado, a Direcção Nacional da PSP disse que teve conhecimento da divulgação de um vídeo, através das redes sociais, que “retrata uma intervenção policial com uso da força”.

Segundo a polícia, essa intervenção ocorreu no domingo, durante as Festas de Abrantes, que contou com um reforço de polícias por parte do Comando Distrital de Santarém, bem como da Unidade Especial de Polícia (UEP).

“Pelas 3h45 desse dia foi comunicado à PSP que um grupo de jovens teria agredido outro grupo, quando estes abandonavam o recinto da festa”, indicou a PSP, acrescentando que, após as agressões, o grupo de jovens abandonou o local, mas foi interceptado pelas autoridades.

A PSP disse que os autores das agressões “foram devidamente identificados”, os factos remetidos ao Ministério Público e que foi aberta uma investigação “a fim de se apurar todas as circunstâncias da intervenção policial”, acrescentou.