À boleia do Alvarinho, sub-região Monção e Melgaço reclama Denominação de Origem

No dia em que se celebra esta sub-região dos Vinhos Verdes, eis o futuro aos olhos de um dos seus maiores especialistas e promotores, Anselmo Mendes.

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A casta Alvarinho é a imagem de marca da sub-região de Monção e Melgaço. Rui Oliveira
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Desde 2017 que, a 7 de Junho, se assinala o Dia de Monção e Melgaço, sob a bandeira “A origem do Alvarinho”, para celebrar a criação do selo de certificação exclusivo da sub-região. O enólogo Anselmo Mendes, um dos grandes impulsionadores da sub-região, afectuosamente conhecido como “senhor Alvarinho”, diz que o mérito destes vinhos já pede uma Denominação de Origem.

“O dia Monção e Melgaço é muito importante, mas mais importante foi conseguir ter um selo diferenciador. Hoje este selo funciona como se de uma denominação de origem se tratasse. Eu desde sempre defendi uma DO [Denominação de Origem] Monção e Melgaço”, aponta o enólogo. “As razões são de mérito próprio pelos vinhos criados e o seu maior valor acrescentado.”

“Isto funciona como locomotiva para outras pequenas regiões do Vinho Verde. O peso de Monção e Melgaço é pequeno no respeitante ao volume, mas nacional e internacionalmente tem um peso gigante. Junto da imprensa internacional, domina pela originalidade dos seus vinhos e também o comércio já pede especificamente Monção e Melgaço. Para maior relevância, seria criar a Denominação de Origem”, sublinha Anselmo Mendes.

O trabalho do enólogo foi determinante para elevar o perfil destes vinhos ao longo de décadas. A produção em Monção e Melgaço ocupa uma área total de 45 mil hectares que abrange 2085 viticultores. A sub-região é uma referência nacional e internacional na produção de vinhos brancos de excelência. E só a casta Alvarinho representa uma produção na ordem dos 13 milhões de litros, cuja área de vinha aumentou cerca de 50 por cento na última década, atraindo actores de referência no sector do vinho.

“É muito, muito importante termos grandes companhias de vinho como a Symington a investir em Monção e Melgaço. Neste caso, numa parceria comigo e na aquisição da Casa de Rodas, uma propriedade histórica”, exemplifica Anselmo Mendes.

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O "senhor Alvarinho" Anselmo Mendes define o Alvarinho de Monção e Melgaço como "um vinho equilibrado, com acidez vibrante, encorpado e com capacidade de envelhecimento". Paulo Pimenta

Os vinhos da sub-região são a expressão de um terroir muito particular, com o Alvarinho a dar origem a vários perfis de vinho, de espumantes a aguardentes, que incorporam características muito vincadas e específicas do território. Se a isso juntarmos a experiência, a sabedoria e a dedicação dos produtores que criaram mais de 250 marcas, temos a afirmação da origem do Alvarinho.

“O que distingue o Alvarinho – ou, mais bem dito, vinhos brancos de Monção e Melgaço – é o facto de ser um vinho equilibrado, com acidez vibrante, encorpado e com capacidade de envelhecimento. Acresce que tem um perfil semelhante a grandes brancos do mundo, como os Bourgogne de Chablis.”

Anselmo Mendes também defende o mérito dos vinhos de Monção e Melgaço com base na expressão que têm nos mercados. “Fazemos mais de dois milhões de garrafas de Alvarinho, exportamos mais de 50 por cento a partir de uma área de aproximadamente 1500 hectares.”

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