Marcelo sugere que Cavaco falou “menos” como Presidente e “mais” depois do cargo

Presidente da República referiu que os cinco chefes de Estado em democracia “são todos diferentes”.

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Marcelo citou Sophia de Mello Breyner para responder sobre o discurso do seu antecessor LUSA/FILIPE AMORIM
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Marcelo Rebelo de Sousa fez um reparo sobre a frequência das intervenções públicas do ex-chefe de Estado Cavaco Silva ao comparar a sua atitude enquanto Presidente da República — que fala “imenso” — com o de outros antecessores que “terão falado menos” enquanto desempenhavam o cargo mas que “falarão mais depois” de deixar funções.

No Palácio de Belém, em declarações transmitidas pela RTP3 que não estavam previstas na sua agenda, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre o discurso com duras críticas ao Governo e elogios ao líder do PSD como “alternativa” ao PS feito no sábado passado por Cavaco Silva no encontro de autarcas social-democratas. “Como diz Sophia de Mello Breyner, vemos, ouvimos, e lemos, não podemos ignorar”, afirmou, dizendo que não se pronuncia sobre ex-chefes de Estado nem sobre chefes de Estado no futuro nem sobre eventos partidários.

Questionado sobre se Cavaco Silva devia fazer este tipo de discurso, o Presidente argumentou com as diferenças entre os cinco Presidentes eleitos em democracia. “Cada um é como é. A grande riqueza da vida é não sermos todos iguais. Olhem para cinco Presidentes que houve em democracia, somos todos diferentes. Eu, por exemplo, tenho falado imenso enquanto Presidente, tenciono não falar nada depois de Presidente. Outros terão falado menos como Presidentes, falarão mais depois de presidentes”, afirmou.

O chefe de Estado foi também questionado sobre a nota que fez publicar com a promulgação de um decreto do Governo sobre habitação e reiterou a sua posição.

Marcelo considerou que o diploma deveria ter sido submetido à Assembleia da República e que deveria ter esperado pela conclusão do processo legislativo que está no Parlamento no âmbito do pacote Mais Habitação. “Em rigor, este diploma devia vir depois do outro. Começa-se o caminho pelo fim”, afirmou, reafirmando que “na dúvida” decidiu promulgar por haver “pouco tempo” para o Governo executar o programa: “A legislatura é o que é. Três anos é muito curto.”

A propósito dos 25 anos da inauguração da Expo-98, o Presidente elogiou António Mega Ferreira como “o cérebro na concepção” do evento, “na defesa em torno do mar” e como foi “precursor” nessa matéria da sustentabilidade. Por outro lado, sobre a Jornada Mundial da Juventude, Marcelo salientou a amplitude da visita do Papa Francisco a Portugal, de 2 a 6 de Agosto, ao estar com “pessoas de grupos muito diversos”. “É uma jornada mundial”, disse, lembrando que já há um milhão de inscritos, além dos que não se registaram.

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