Costa responde a Marcelo ao dizer que os “mandatos são para ser cumpridos”
Manuel Alegre esteve no Porto nas comemoraçõesdos 50 anos do partido e declarou que “sem o PS e contra o PS não há soluções de esquerda em Portugal”.
Após várias semanas em silêncio sobre as polémicas em torno do Governo, António Costa aproveitou o evento deste domingo para assinalar os 50 anos do PS, cumpridos no dia 19 de Abril, para responder ao Presidente da República e às sucessivas declarações de Marcelo Rebelo de Sousa sobre uma eventual dissolução do Parlamento.
“Em democracia, temos o dever de honrar os nossos mandatos e de cumprir os compromissos para com os cidadãos. Quando não honramos os mandatos, enfraquecemos a democracia.”
“Quando se põe em causa os mandatos conferidos pelo povo, está a pôr-se em causa a democracia. Quem quer democracia forte respeita os mandatos”, declarou Costa. O secretário-geral do PS logo citou depois o histórico socialista Manuel Alegre ao recordar a célebre frase: “É preciso respeitar a vontade popular.”
Com estas declarações, António Costa quis lembrar que os eleitores deram uma maioria absoluta ao PS nas eleições de Janeiro do ano passado e que, portanto, não faz sentido falar em queda do Governo.
Ocasião para citar outra figura do PS, o antigo primeiro-ministro e actual secretário-geral das Nações Unidas António Guterres — é preciso ter “nervos de aço”. “Não era pôr as mãos nos bolsos e esperar que o problema passasse, mas criar uma solução”, explicou, notando que “os políticos não servem para criar problemas ao país, mas para os resolver”.
Quanto à direita, disse para não se iludir. “Nós sabemos bem que Roma e Pavia não se fizeram num dia e que o PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], que é para ser executado em quatro anos, não se executa num ano, mas cá estaremos quatro anos para executar até ao último cêntimo o PRR.” “Eles têm bastante pressa de se verem livres de nós. Já tentaram ver-se livres de nós com o diabo, agora falam do Chega, mas nós chegamos para eles”, prometeu.
Em dia de aniversário do PS, Manuel Alegre enalteceu os valores que são caros ao partido e declarou que "sem o PS e contra o PS não há soluções de esquerda em Portugal", e além disso, "nas actuais circunstâncias, sem o PS e contra o PS também não há soluções de estabilidade política em Portugal”.
Sobre as críticas de Marcelo Rebelo de Sousa ao Governo, o histórico militante do PS afirmou que "a crítica faz parte da democracia" e manifestou a convicção de que o Presidente "não vai dissolver [o Parlamento], porque o PS é um garante da estabilidade política em Portugal".