Jovem que atirou ovos a Carlos III condenado por perturbação da ordem pública

Patrick Thelwell atirou cinco ovos ao rei e à rainha consorte a 9 de Novembro de 2022. Foi condenado a cumprir cem horas de trabalho comunitário e a pagar as custas judiciais.

Foto
Carlos III numa parada militar esta sexta-feira, em Cambereley Reuters/POOL

Em poucos meses de reinado, Carlos III foi alvo de dois ataques com ovos, ainda que nenhum lhe tenha acertado. Ainda assim, o autor do ataque em York foi levado à justiça por atirar cinco ovos ao soberano. Esta sexta-feira, 14 de Abril, o jovem Patrick Thelwell foi considerado culpado de perturbação da ordem pública.

O julgamento do britânico de 23 anos teve lugar no Tribunal dos Magistrados de York e evocou o ataque de 9 de Novembro passado, quando Carlos e Camila estavam na cidade para participar numa cerimónia tradicional. Apesar de os monarcas terem continuado o evento como se nada tivesse acontecido, o incidente teve consequências judiciais.

Patrick Thelwell foi condenado a cumprir 100 horas de trabalho comunitário e pagar as custas judiciais no valor de 600 libras (cerca de 678 euros), bem como uma sobretaxa de 114 libras (perto de 129 euros). O arguido representou-se a si próprio em tribunal e, apesar de ter admitido que atirou os ovos, justificou que o acto tinha sido “violência legítima”, cita a BBC.

Contudo, o juiz discordou e condenou-o por comportamento perigoso, com a intenção de “fazer o rei Carlos acreditar que a violência pode ser usada contra ele”. Além de atirar os ovos, Thelwell também gritou ofensas contra o monarca, lembrou o procurador Michael Smith — “este país foi construído sobre o sangue dos escravos” e “não é o meu rei”.

Foi essa mesma justificação que o estudante deu à polícia que o deteve no dia do ataque. “Atirei ovos porque é o que merece. É a única justiça que as vítimas do colonialismo vão ter”, terá dito. Nesse dia, Patrick Thelwell calçava sapatos com uma sola alta para conseguir ver o rei e acertar-lhe — missão falhada. “Acertei? Na próxima vez, alguém vai conseguir”, festejou, depois de as autoridades o deterem.

No julgamento, Thelwell perguntou ao detective Peter Wilson, responsável pela investigação, se este acreditava que atirar ovos representava uma forma de violência grave — “Maior do que a violência levada a cabo pelo Estado britânico?”. O polícia negou, mas não teceu mais comentários.

Apesar da conclusão do processo judicial, Patrick Thelwell assegurou não ter arrependimentos, nem um “pedido de desculpas para fazer ao rei”. E até se sente um herói, confessou: “Centenas de pessoas contactaram-me para dizer que teriam feito a mesma coisa e que farão o mesmo se o rei visitar a sua comunidade.”

No mês que se seguiu ao incidente em York, o rei de Inglaterra voltou a sofrer novo ataque durante uma visita a Luton, a noroeste de Londres — o jovem, de 21 anos, identificado como Harry Spartacus May, foi condenado a pagar uma multa, no valor de 100 libras (113 euros).

Sugerir correcção
Ler 1 comentários