Montenegro reuniu-se com Von der Leyen e admite fazê-lo como primeiro-ministro antes de 2026

Luís Montenegro, presidente do PSD, participou, em Bruxelas, na tradicional reunião do PPE que antecede as cimeiras europeias.

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Luís Montenegro esteve reunido com a presidente da Comissão Europeia, Von der Leyen Tiago Lopes

O líder do PSD reuniu-se nesta quinta-feira, em Bruxelas, com a presidente da Comissão Europeia e, à saída, admitiu a possibilidade de voltar a fazê-lo como primeiro-ministro ainda durante o actual mandato de Von der Leyen, que termina em 2024.

Em declarações à Lusa à saída da reunião bilateral com a presidente do executivo comunitário, à margem de uma reunião do Partido Popular Europeu (PPE) a anteceder a reunião do Conselho Europeu, Luís Montenegro, questionado sobre se acredita na eventualidade de ainda voltar a reunir-se com a dirigente alemã já na condição de primeiro-ministro, respondeu que não depende apenas de si, mas assegurou que está "preparado para ser primeiro-ministro" e apontou que se tal acontecer antes de 2026, ou seja, como resultado de eleições antecipadas, isso deve-se "única e exclusivamente ao falhanço do PS e da sua maioria absoluta".

"Eu não sei. Nós teremos eleições legislativas em 2026 e, nessa circunstância, teremos de aguardar o pós-eleições europeias de 2024 e ver como ficam as instituições europeias. Eventualmente, isso pode vir a suceder se houver uma recondução da senhora presidente da Comissão, e o PSD, como espero, vencer e convencer nas eleições legislativas de 2016, obtendo uma maioria que lhe permita governar com estabilidade política", começou por dizer.

Luís Montenegro admitiu então que "se eventualmente houver um calendário diferente, isso ficar-se-á a dever única e exclusivamente ao falhanço do PS e da sua maioria absoluta", sublinhando que "o facto de a questão se colocar já diz muito sobre a situação política portuguesa".

"Também partilhei isso com os meus colegas [do PPE], porque às vezes o olhar de fora para Portugal é um bocadinho diferente daquele que nós temos, por vivenciar a rotina e o quotidiano da nossa vida política e da nossa vida social e económica", disse.

Segundo o presidente do PSD, "efectivamente, é um pouco estranho que um ano depois de um partido político ter obtido uma maioria absoluta numas eleições legislativas, o seu apoio esteja tão frágil", observando que, "não sendo isso o mais importante, em todos os estudos de opinião o PSD tem um resultado equivalente ao do PS e há até alguns onde já aparece à frente".

"E estou a falar um ano depois da obtenção de uma maioria absoluta. O facto de se antever a possibilidade de um Governo que tem suporte parlamentar de maioria absoluta não chegar ao fim significa que a governação está a falhar. E está a falhar efectivamente. Está a falhar desde logo porque se perdeu um ano, como disse o senhor Presidente da República recentemente e nós vimos afirmando muitas vezes. Perdeu-se um ano com casos, com casinhos, com uma série de perturbações e confusões que nasceram de dentro do Governo, que puseram ministros contra ministros, ministros contra secretários de Estado e até ministros contra o primeiro-ministro", declarou.

"A questão que me coloca é uma questão que não depende de mim. No que depende de mim, há uma coisa que eu posso assegurar: o PSD, no dia em que houver eleições, está preparado para as disputar e para as vencer. E eu estou preparado para ser primeiro-ministro", concluiu.

Montenegro participou esta quinta-feira na tradicional reunião do PPE que antecede as cimeiras europeias, que contou com sete dos chefes de Estado e de Governo que participam no Conselho Europeu, outros tantos líderes partidários e da oposição, e as presidentes da Comissão, Von der Leyen, e do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, que também pertencem a esta família política de centro-direita, vencedora das eleições europeias de 2019.