A Audi anunciou, em 2021, que o seu último carro de combustão irá sair das linhas de produção em 2033, dois anos antes da imposição europeia para a extinção dos motores térmicos novos no espaço comunitário. Mas a ambição para Portugal é maior. No Audi Vision Portugal, que decorreu no início deste mês em Lisboa, a SIVA/Porsche Holding, importador da marca no país, 2030 foi o ano limite para o emblema de Ingolstadt se apresentar exclusivamente eléctrico.
“A Audi em Portugal assume voluntariamente o compromisso de vender, exclusivamente, viaturas 100% eléctricas antes de 2030”, declarou o director-geral da Audi para o país, indo ao encontro das tendências locais. Em 2022, a Audi viu as vendas de veículos eléctricos na Europa aumentarem 45%, face ao ano anterior, mas em Portugal o crescimento foi ainda mais expressivo: 49%, com a marca a atingir uma quota de mercado de 5% entre os eléctricos.
O responsável justificou ainda a ambição com “o caminho que a Audi AG está a preparar para o futuro” e com “os produtos que serão colocados no mercado em breve”, como o Q8 e-tron e a A6 Avant e-tron, o último ainda em fase de protótipo.
O Q8 e-tron, a chegar ao mercado nacional por estes dias, ocupará o lugar de topo de gama entre os SUV eléctricos e, segundo a marca, chegará com um “conceito de propulsão optimizado, uma aerodinâmica melhorada, um desempenho de carregamento superior e de capacidade de bateria e autonomia aumentada”. Promete-se capacidade de carga para percorrer até 582 quilómetros na variante sport utility vehicle (desde 79.842€) e até 600 quilómetros com o corpo Sportback (a partir de 82.511€).
Já o vindouro A6, previsto para 2024, terá como base a nova plataforma tecnológica PPE (Premium Platform Electric) e será o primeiro Avant 100% eléctrico, com uma autonomia eléctrica para mais de 700 quilómetros e apresentando-se capaz de repor energia, de 5% a 80%, em apenas 20 minutos. Nas prestações, o A6 Avant e-tron promete ser expedito, com uma aceleração de 0 a 100 km/h em menos de 4 segundos.
Os dois modelos juntam-se a uma gama eléctrica, que já inclui o Q4 e-tron e Q4 Sportback e-tron, o RS e-tron GT e o e-tron GT quattro, todos exemplos de automóveis premium, com a Audi a pretender “redefinir o segmento de luxo” que, de acordo com os responsáveis, tem de passar pela mobilidade eléctrica, “reduzindo assim as emissões de CO2 e fazendo do futuro um espaço melhor para as gerações vindouras”, a digitalização, a inovação tecnológica, o design, a performance e a sustentabilidade.
O futuro 100% eléctrico da Audi já começou, entretanto, a ser desenhado com o anúncio da conversão de todas as fábricas de produção existentes para a construção de veículos eléctricos até 2029. “Passo a passo, estamos a trazer todos os nossos locais para o futuro”, avançou Gerd Walker, membro do conselho de administração da AUDI AG, citado em comunicado, no fim do ano passado, quando a marca apresentou o “plano para a produção do futuro”, incluindo a conversão da sua rede de fábricas globais para a produção de veículos 100% eléctricos.