A revolta de Nuno Baltazar e oito destaques da 60.ª edição da ModaLisboa
Durante três dias, mais de 20 designers nacionais apresentaram as colecções do próximo Outono/Inverno no evento de moda da capital. As escolhas do PÚBLICO.
Durante três dias falou-se da excelência da construção, de uma abordagem mais comercial, uma moda nacional orientada para o negócio, reflectiu-se sobre os conceitos presentes nas colecções dos mais de 20 criadores que apresentaram na 60.ª edição da ModaLisboa. Pela Lisboa Social Mitra, entre sexta-feira e domingo, passaram nomes como Béhen, Duarte, Carlos Gil, Nuno Gama, Gonçalo Peixoto ou Luís Borges. Mas se existisse só um nome a destacar, desta vez, seria Nuno Baltazar.
O criador lembrou que a moda tem, antes de mais, o propósito de reflectir a actualidade, de pensar o mundo e procurar dar-lhe sentido. Há quem faça roupa sobretudo pelo negócio e pela estética, mas Nuno Baltazar afirma-se como autor e, como tal, sente que tem “o dever” de falar e dar ao palco ao que o preocupa, colocando sob os holofotes questões marginalizadas.
Tudo terá começado ainda antes de a Comissão Independente anunciar o número de crianças que terão sido abusadas por padres católicos. O ponto de partida da colecção que levou à passerelle, no serão deste domingo, terá sido o filme O Lobo e o Cão de Cláudia Varejão. “Há uma cena em que as jovens se estão a preparar para ir para uma festa e, afinal, vão para um procissão”, começa por explicar o designer.
É pela procissão que se inicia o desfile, com sonoplastia de Luís Lobo, com as modelos a carregar terços nas mãos e velas. Por toda a sala, ecoa o Avé Maria intercalado com música electrónica. Quando se conheceram os dados do relatório dos abusos sexuais na Igreja portuguesa, Nuno Baltazar não teve dúvidas quanto à sua missão: “Era muito mais do que uma colecção, era uma mensagem, uma atitude, um ponto de honra.”
“Tudo o que veio a público não é surpreendente. Mais surpreendente é esta falta de reacção por parte da Igreja Católica, que é absolutamente desprezível e requer uma acção do Estado”, defende, apelando à reflexão sobre o tema, para que quem estava no desfile, mas não só, dialogue sobre o mesmo.
A colecção foi também um grito de apoio às comunidades queer e transexual, que acredita serem marginalizadas neste universo da religião. “Muito deles têm fé e não devem sentir-se abandonados”, assevera. A fé, sublinha, “é um bem precioso, que não deve tirado a ninguém” e, na sua base, não exclui. “Toda a gente que tem fé merece ter oportunidade de sentir um abraço.”
“É preciso trazer estes corpos e torná-los visíveis, trazê-los para a passerelle.” Para isso, contou com duas manequins transexuais e um modelo queer, que encerrou o desfile. “Tem de haver um trabalho e um cuidado da nossa parte em abraçar estas comunidades”, reforça.
O tema da religião espelha-se nas peças em cores austeras, a lembrar “a procissão da aldeia”, mas com uma provocação no interior: o padrão leopardo. Há também medalhas religiosas e cruzes aplicadas. Por vezes, os vestidos parecem construídos do avesso, com o fecho visível, e, nos casacos, o forro está à vista. “É como se tivesse deixado espaço para quem a veste interpretar como quisesse”, explica.
Ainda que as peças da colecção Transverse tenham quase um papel secundário na apresentação de Nuno Baltazar, há novidades: uma vertente mais urbana para a marca. Destacam-se os casacos acolchoados e os cortes a laser, a primeira vez que o criador experimenta essa técnica.
O imaginário de Constança Entrudo
O interesse de Constança Entrudo pelo mundo fantástico não é novo, muitos menos a singularidade com que escolhe apresentar as colecções, longe do tradicional desfile. Desta vez, levou o público a viajar pelo seu imaginário e pela história que construiu, em parceria com a artista Ema Gaspar. “Sempre quis criar este Monstro das Linhas que representa a marca e é uma forma de contar o que ando a trabalhar de forma acessível”, explica ao PÚBLICO.
As linhas a escapar do tear, como as que estão espalhadas no pavilhão da Lisboa Social Mitra durante a performance de Constança Entrudo, são o início da narrativa e também do trabalho da criadora. A técnica, que hoje se tornou a imagem de marca do projecto, acompanha-a desde os tempos em que estudava na Central Saint Martins, em Londres. Então, experimentou várias formas de trabalhar. A designer detalha: “As linhas ficam compactadas porque vão a uma máquina a 200 graus. É um processo de engenharia muito específico.”
As peças são construídas directamente no molde, em vez de passarem pelo tear ─ motivo por que Constança imaginou um monstro do tear, que dá também vida aos estampados da colecção. Essa forma de construção faz com que prefira manter-se nas silhuetas clássicas do vestuário: as calças estilo anos 90 ou vestidos estilo tubo são uma constante.
Com o tempo foi descobrindo como tornar o resultado mais usável e mais resistente, forçada pelo crescimento comercial do projecto. “Antes tinha uma visão muito artística. Tem de ser um equilíbrio. Gosto de ver as pessoas a usar”, reconhece, lembrando que os seus principais mercados são o Canadá, os Estados Unidos e o Japão.
Apesar de o projecto estar crescentemente virado para o negócio, Constança Entrudo mantém o lado artesanal da sua assinatura. “Gosto desta ideia de quase glorificar a peça e brincar com a ideia de que a peça pode deixar rasto”, diz, com humor, apontando para a etiqueta das calças que diz que “pode deixar rasto”. O rasto são as linhas que compõem o material e que farão sempre parte do ADN.
Ainda que esta colecção seja o firmar da assinatura de Constança Entrudo, no que à técnica diz respeito, há também novidades. É a primeira colecção em que cria também para os mais pequenos e, em breve, vai lançar uma linha infantil em parceria com um retalhista canadiano. Só o tinha feito uma vez antes: quando vestiu a socialite norte-americana Kylie Jenner e a filha Stormi.
Durante os próximos meses está também prevista a sua estreia na decoração de interiores, onde irá reproduzir a técnica das linhas. Para já, os fãs da marca são convidados a comprar um livro sobre a colecção, onde se conta a história do monstro das linhas, uma edição revestida com alguns dos têxteis da colecção, para combater o desperdício.
Os casacos de Luís Buchinho
Para o próximo Outono/Inverno, Luís Buchinho regressou às origens e à estética minimalista dos anos 90, reflexo do que acredita ser necessário para a moda. “Aquilo que o consumidor quer é que as peças sejam versáteis. Têm de ter muitos adjectivos”, defende em conversa com o PÚBLICO, no rescaldo do desfile de sábado.
Essa versatilidade consegue-se pelo minimalismo, mas também pela excelência da construção a que tem habituado nos últimos 30 anos e que, nesta colecção, atinge o expoente máximo nos casacos. “São a peça que mais adoro fazer nas colecções de Inverno porque têm uma linguagem muito próxima do que gosto, tanto a nível gráfico, como volumétrico”, explica.
Há casacos para todos os gostos, desde silhuetas mais desportivas, até aos vistosos sobretudos em lã, que surpreendem pelo corte e pelo trabalho de retalhos, feito a partir de materiais de colecções antigas. “Dá para aproveitar tecidos nobres que dificilmente teriam outro destino”, destaca. Como resultado, as peças têm múltiplas texturas, que lhe dão o aspecto gráfico, apanágio de Buchinho. O mesmo em alguns vestidos que cruzam a alfaiataria com um toque de streetwear.
Em Primal, ao contrário das duas propostas anteriores, há menos cortes a laser e menos materiais tecnológicos, mas o estampado continua a ter uma matriz digital. Inicialmente, o padrão é desenhado pelo também ilustrador, que depois o trabalha tecnologicamente. “Quis que estivesse perto desta linguagem da inteligência artificial e com um bocadinho de psicadélico.”
Os coordenados são completados com os acessórios, também assinados por Buchinho. Pela primeira vez, lança um linha de joalharia, em parceira com a Alcino, inspirada no princípio de criação ─ A Ave e o Ovo. O resultado são peças que evocam, delicadamente, formas de asas, em brincos, anéis, colares e pulseiras. Ainda não há data definida para o lançamento da parceria.
A nível de cores, destacam-se os tons primários ─ azul, amarelo e vermelho ─ e os clássicos cinza e preto. Luís Buchinho não fica refém das tendências, nem ele, nem a mulher portuguesa que o veste. “É uma mulher que não é vítima da moda. Quer ter um amigo no armário e sabe que tem isso na minha marca”, define. E o melhor amigo? Um casaco da sua etiqueta, que é para “guardar para sempre”.
A “Buzinificar” com a Buzina
Volumes, volumes, volumes. Eis a Buzina, mulher crescida, que sabe quem é e quer “buzinificar” o mundo. Quem o diz é a designer Vera Fernandes, que admite, sem rodeios, que não traz novidades, além da explosão de cores ─ verde, laranja néon, rosa e azul. “Senti que precisava de procurar e de lembrar onde tudo começou”, conta.
A marca de Joane, em Famalicão, apresenta na ModaLisboa desde Março de 2020 e, desde então, foi explorando novos percursos: introduziu materiais diferentes, vieram as minissaias e as calças em cortes mais arrojados. “Esta colecção Splice é um ponto de situação. Coloquei tudo em hipérbole, volumes gigantes”, observa.
As girafas, que já tinham sido motivo de uma colecção anterior, voltam a ganhar protagonismo em novas cores, mas mantendo os tafetás que trouxeram fama à Buzina. Há detalhes peculiares, como os punhos adicionados como acessório, ou uma espécie de colar cervical, que Vera Fernandes diz fazer alusão ao pescoço das girafas.
Acima de tudo, voltar às raízes é também uma forma de apresentar a marca a quem só se juntou à legião de clientes mais recentemente. As mulheres Buzina têm aumentado sobretudo do outro lado do Atlântico, no Brasil ─ em Novembro passado, a marca estreou-se na Semana da Moda de São Paulo, um desafio que quer voltar a abraçar. Já tem um ponto de venda por lá e outro em Dublin, Irlanda. Em breve, estará também representada em Itália.
O objectivo é que algumas das peças desta colecção se tornem parte do espólio da marca, de forma permanente. “É uma proposta que vai ficar eternizada. Vou levá-la comigo para qualquer sítio, porque é intemporal”, termina Vera Fernandes.
A união de Luís Carvalho
Se um entusiasta de moda aterrasse na ModaLisboa, às cegas, sem saber onde tinha chegado, reconheceria imediatamente estar num desfile de Luís Carvalho. O criador tem firmado a sua assinatura nos últimos anos e volta a fazê-lo, mas sem ceder à tentação de se limitar a reproduzir o que são os sucessos da etiqueta, mudando apenas o material que lhes serve de base.
Desta vez, contudo, surpreendeu pela sombria paleta de cores ─ a contrastar com a garrida proposta de Primavera/Verão. Desta vez, debruçou-se nos tons de pele, de várias origens, inspirado pelo trabalho da artista Caroline Walls, que se baseia no movimento da forma feminina. “Quis misturar as várias tonalidades numa peça só. Este tema podia ser a união das várias peles, até o podemos usar como uma chamada de atenção”, reflecte em conversa com o PÚBLICO.
Em termos de construção, aposta nas “formas orgânicas na construção dos fatos”, nos recortes das peças, que lhe conferem sensualidade, e no trabalho com retalhos nos vários tons em fazenda e brocado. As gabardines sofreram alterações na modelagem ─ feita pelo próprio criador como parte do processo criativo ─ sobretudo a nível dos escapulários, “unidos pela frente e separados nas costas” e aparecem em vários materiais, do brocado à popelina.
Destaque, ainda, para os fatos, que assumem definitivamente uma versão sem género. “Tinha muitas mulheres a querer comprar fatos de homem e muitos homens a querer comprar coisas de mulheres. Acho que faz sentido trazer uma colecção para todos”, defende. Para isso, adaptou a modelagem das calças, que garante funcionarem para os dois géneros. As restantes peças, de volumes mais exagerados, abraçam todos os corpos.
O conceito sem conceito de Gonçalo Peixoto
A decisão de o preto ser o tom dominante da colecção de Gonçalo Peixoto revelou-se um “desafio”, conta ao PÚBLICO. Para trabalhar o preto, apostou nas texturas e nas silhuetas: há veludo, há brocado, há tule bordado e há renda. É tudo negro, mas nem por isso enfadonho. “Foi um jogo descobrir os materiais e o que faz sentido”, explica.
Nesta colecção, o trabalho com os materiais é a grande novidade de Gonçalo Peixoto, que continua a apostar no que sabe resultar bem comercialmente entre quem veste a sua marca. Não faltam, claro, as minissaias, as (muitas) transparências e os vestidos justos que contornam o corpo da mulher. O jovem designer complementa o guarda-roupa da cliente com vestidos de noite que até agora, reconhece, nunca tinha desenvolvido tão a fundo.
Mas, não é tudo negro. O roxo e o rosa trazem cor à proposta e romantismo em forma de laço, um fio condutor na colecção. Os laços surgem a marcar as cinturas descidas de minivestidos, em malas e nas costas. “É uma colecção muito Gonçalo Peixoto, muito transparente, muito despida. Mas divertida, cool e colorida”, resume, com humor.
Não há propriamente um conceito ou uma narrativa subjacente à proposta do criador de 26 anos, que diz não se identificar com esta metodologia de trabalho. Gonçalo Peixoto prefere, sim, ir afirmando a sua identidade: “Encontrar-me enquanto criador, perceber o que realmente gosto de fazer, o que quero descobrir, o que quero aperfeiçoar, o que quero trabalhar.”
É uma atitude que resume numa frase já conhecida e que sabe ser “exaustiva” de tanto que já a disse: “Sometimes I Just Want to Kiss Girls” (“Às vezes só quero beijar raparigas”, em português. Essa atitude despreocupada reflecte-se na passerelle descontraída e divertida com que encerrou o segundo de desfiles da ModaLisboa, no sábado. O momento é o apogeu de seis meses de trabalho, que compara a uma ida ao teatro: “Os ensaios são a construção da colecção. Só tenho aqueles 12 minutos para contar uma história."
Hajime de Duarte
Ana Duarte já trabalhou sobre skateboarding ou break dance, ícones da cultura urbana que definem a assinatura da Duarte, mas é a primeira vez que aborda um tema tão pessoal numa colecção. A criadora pratica judo desde os quatro anos e quis prestar “uma homenagem” a esse desporto em Hajime, a saudação que se diz antes do início de uma luta e que dá nome à colecção. “Achei que seria interessante voltar às origens e ao ponto de partida da minha essência”, observa ao PÚBLICO.
Abordar um tema que lhe é tão próximo, traz “responsabilidades acrescidas”. Não quis apenas mimetizar o vocabulário estético do universo do judo, correndo o risco de transpor a apropriação cultural. Por esse motivo, desenvolveu o estampado da colecção com base em caracteres japoneses, mas que simulam os movimentos da prática do judo em “tinta-da-china”.
Para as peças, traz também os acolchoados, as golas, os pespontos e os quimonos dos uniformes da modalidade. “As calças são a interpretação das calças do judo, mesmo a nível de acabamento, só acrescentamos mais pespontos”, explica, apontando para as que enverga. A nível de modelagem pode mesmo dizer-se que está é das colecções mais complexas de Duarte, onde domina o tom menta, que já faz parte da sua assinatura.
Pela primeira vez, traz saias para a proposta, inspiradas nas calças dos samurais, mas com um toque do streetwear. Uma vez mais, a proposta é sem género, feito conseguido graças à excelência da modelagem, que faz com que as peças funcionem tanto na anatomia feminina, como masculina.
Os 25 anos da alma Carlos Gil
Estar há um quarto de século na moda em Portugal é uma conquista que exigiu “muita resiliência”, “muita paciência, educação, atenção e, principalmente, amor”, celebra Carlos Gil, em conversa com o PÚBLICO. A marca epónima assinala 25 anos de história e para a celebração na ModaLisboa, o criador quis “expor a sabedoria”, que estas décadas lhe trouxeram ─ a sua Alma.
Recupera, então, elementos que marcam a sua assinatura, como os vestidos acetinados de corte feminino, que contrastam com jaquetas estilo bomber e calças mais desportivas. Já os fatos clássicos ganham elementos mais divertidos, como molas na bainha, que permitem ajustar o visual. Não falta diversidade na paleta de cores, do laranja ao roxo e verde: “A alma é cor, é espírito.”
O momento de celebração é dedicado a todas as mulheres que vestem Carlos Gil há 25 anos. E quem são? “Mulheres que procuram ser elegantes, autónomas e muito determinadas, sempre muito confortáveis”, explica. Já acompanha a terceira geração de clientes ─ avós, filhas e netas, todas vestem Carlos Gil.
O padrão floral domina a colecção, recuperando flores que recebeu ao longo destes 25 anos e fotografias que as próprias clientes lhe enviam. “É um padrão com imensa vida, mas também muito confuso conforme os 25 anos que também tiveram momentos muito confusos”, diz, com humor. Da ModaLisboa regressa ao Fundão, onde conta ter encontrado a paz e pessoas que muito o estimam: “Não sou o rei, mas há pessoas que me têm como o rei no Fundão.”
30 anos de Nuno Gama
Depois de Carlos Gil, foi a vez de Nuno Gama assinalar um aniversário. Passaram-se três décadas desde que se lançou em nome próprio e quis recordar o que define a sua assinatura, numa ode aos clientes, “tentar perceber onde querem ir, o que precisam e o que gostam”. Além disso, em Catrineta, leva o público a redescobrir “o que é o imaginário masculino no vestuário português” ─ a portugalidade é marca essencial do trabalho do criador.
E se era para marcar a assinatura Nuno Gama, essa escreve-se em azul, a cor transversal ao seu trabalho e que aqui surge em dezenas de tons diferentes. Quanto às silhuetas, os homens que o vestem procuram “coisas fáceis, que não se estraguem, não amarrotem”. São peças “práticas”, mas com um toque especial, “seja pelo tecido, pelo acabamento, pela maneira como vestem ou um pequeno detalhe.”
Os materiais são sobretudo os linhos e os algodões orgânicos, bem como os tecidos técnicos que tem vindo a descobrir nas últimas colecções. Mas, de resto, Nuno Gama não tem muito mais que inventar e se há coisa que apreendeu em 30 anos é “a ser fiel” a si mesmo ─ “ser feliz com aquilo que sou”, diz.
Ter uma marca em Portugal com consistência, durante tanto tempo, é uma raridade. “Sinto-me um herói”, celebra, enquanto reconhece que a cultura de moda tem evoluído nos últimos anos. “Todo este trabalho é extremamente doloroso e fatigante. Mas depois temos compensações incríveis, pessoas que estão comigo há anos. Vão se criando relações incríveis de amizade e carinho”, orgulha-se.
Na galeria de imagens acima, veja as colecções que se destacaram na 60.ª edição da ModaLisboa.