Camila não vai usar o polémico diamante Koh-i-Noor na coroação

A escolha da rainha consorte recaiu na coroa usada pela rainha Maria, em 1911, da qual foi retirado o diamante Koh-i-Noor.

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Camila está com covid-19 anunciou o Palácio de Buckingham, na segunda-feira Reuters/TOBY MELVILLE

A rainha consorte Camila vai usar a coroa da rainha Maria para a coroação, agendada para 6 de Maio, informou o Palácio de Buckingham, nesta terça-feira. Para evitar usar o tão disputado diamante Koh-i-Noor de 105 quilates, que a Índia pede que seja devolvido, a mulher de Carlos III pediu que este fosse retirado da peça.

O Koh-i-Noor é um dos maiores diamantes do mundo e foi extraído na Índia pela East India Company durante a era colonial, no século XVII. A jóia viria a ser oferecida à rainha Vitória, que o usava num alfinete de peito. Mais tarde, o diamante foi colocado na coroa usada pela rainha-mãe, Isabel, a avó de Carlos III, na sua coroação, a 12 de Maio de 1937.

A propriedade do diamante tem sido reclamada não só pela Índia, como pelo Paquistão e Afeganistão. Estes territórios faziam parte da Índia aquando da independência, em 1947.

Camila irá usar a coroa da rainha Maria, a consorte do rei Jorge V, que a usou na coroação de 1911, mas sem o diamante. A peça irá sofrer algumas alterações, informou ainda Buckingham, de forma a colocar jóias especiais para a ocasião e que reflectem o estilo pessoal da nova rainha consorte.

Vão ser colocados três novos diamantes ─ Cullinan III, IV e V ─ num tributo a Isabel II, avança o palácio. Os diamantes faziam parte da colecção pessoal da monarca com o reinado mais longo na história do Reino Unido e eram frequentemente utilizados nos alfinetes de peito, sua imagem de marca.

Quatro dos oito arcos da coroa também serão removidos, para simplificar o design. A peça estava até agora em exposição na Torre de Londres, de onde foi retirada para se procederem aos trabalhos.

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A coroa da rainha Maria ROYAL COLLECTION TRUST

Carlos já é oficialmente monarca de 15 reinos, incluindo Austrália, Canadá e Nova Zelândia, na sequência da morte da mãe, Isabel II, em Setembro do ano passado. A coroação oficial do novo soberano e da rainha consorte só está, contudo, agendada para 6 de Maio na Abadia de Westminster, em Londres.

Esta segunda-feira, o Palácio de Buckingham deu conta que Camila teria testado positivo à covid-19, levando a consorte a adiar a agenda para o resto da semana, enquanto recupera.