CUF e Pingo Doce propõem receitas para dez efeitos provocados pelo cancro
Receitas e Conselhos para Doentes Oncológicos em Tratamento foi pensado para apoiar os doentes, as famílias e os cuidadores.
É sabido que os tratamentos oncológicos têm efeitos secundários que vão da boca seca aos vómitos, da diarreia à obstipação, passando pela ausência de olfacto ou falta de paladar. Ao todo, o livro Receitas e Conselhos para Doentes Oncológicos em Tratamento reúne dez efeitos secundários e propõe mais de cem receitas, numa parceria entre os médicos da CUF e especialistas de nutrição do Pingo Doce. O título está à venda nos supermercados da marca.
A ideia de reunir estas receitas — que estão organizadas pelos dez sintomas secundários provocados pelos tratamentos — surgiu no âmbito de uma parceria entre as duas organizações, firmada em Abril de 2021, para criar o programa “A saúde alimenta-se”, que pretende fomentar escolhas informadas e bons hábitos alimentares, recorda Telmo Barroso, nutricionista da CUF, ao PÚBLICO.
Sabendo que os tratamentos oncológicos provocam vários efeitos secundários e que muitos estudos confirmam a importância de ter bons hábitos alimentares, “considerou-se importante sensibilizar as pessoas para este tema, unindo o conhecimento científico e experiência dos profissionais da saúde da CUF, e a experiência de profissionais de nutrição do Pingo Doce, especialistas com diferenciação na área alimentar”, continua o especialista.
No livro, que custa 6,90€, é salientada a importância das escolhas alimentares, tanto na prevenção, como durante e após os tratamentos oncológicos. A adopção das receitas propostas pode ajudar a “minimizar os sintomas que surjam em virtude dos tratamentos oncológicos. Isto porque a alimentação pode ser sinónimo de saúde, mesmo na doença”, considera Maria João Coelho, directora de marketing do Pingo Doce ao PÚBLICO.
Segundo dados do Registo Oncológico Nacional, o cancro é a segunda causa de morte em Portugal, recorda a responsável, justificando a importância de criar esta ferramenta. “Infelizmente, é uma doença que está cada vez mais presente na vida dos portugueses e que afecta não só os pacientes, mas também as suas famílias”, diz.
Para chegar a estas receitas, os médicos oncologistas e os nutricionistas da CUF começaram por identificar os dez sintomas mais comuns decorrentes dos tratamentos. Por seu lado, a equipa de nutrição identificou os ingredientes que devem estar presentes na alimentação mediante cada sintoma referenciado. Da parte do Pingo Doce, os nutricionistas seleccionaram as receitas que cumpriam a presença ou ausência desses mesmos ingredientes.
O facto de as receitas deste livro, organizado por sintomas, serem desenvolvidas mediante os princípios da dieta mediterrânica faz com que sejam adequadas para os doentes oncológicos, uma vez que, segundo a Organização Mundial de Saúde, esta é uma dieta promotora de saúde, sendo considerada um dos “padrões alimentares mais equilibrados e protectores do mundo”, lembra Maria João Coelho.
No livro, a nutricionista do Pingo Doce, Rita Martelo, dedica um capítulo à importância da dieta mediterrânica, como esta não se resume à alimentação, mas a um estilo de vida, onde é privilegiado o consumo daquilo que a natureza dá.
No caso dos procedimentos hospitalares, Telmo Barroso explica que, uma vez que está comprovado que a alimentação tem influência no processo da doença oncológica, a componente nutricional não é descurada e há um diálogo entre o médico que acompanha o doente e a equipa de nutricionistas. “Após o diagnóstico de cancro, avaliamos o estado nutricional de cada doente, desta forma conseguimos perceber se existe risco de desnutrição e equilibrar as necessidades nutricionais de cada doente durante o plano de tratamento”, descreve.
O objectivo, conclui, é “promover um impacto nutricional positivo: aumentando a função imunitária, a eficácia da resposta ao tratamento e, em geral, melhorar a forma como os doentes se sentem e como vivem o seu dia-a-dia”.