Stefanos Tsitsipas sente-se bem na “casa” de Novak Djokovic

Na final do Open da Austrália estará também em jogo o primeiro lugar do ranking mundial.

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Stefanos Tsitsipas EPA/FAZRY ISMAIL

Após perder a final de Roland Garros, em 2021, com Novak Djokovic, em cinco sets, Stefanos Tsitsipas tem agora uma segunda oportunidade para conquistar um título do Grand Slam. À quarta tentativa, o tenista grego de 24 anos conseguiu ultrapassar as meias-finais do Open da Austrália, aquele que considera o “seu” Grand Slam, pois é onde recebe mais apoio. Só que esta é a “casa” de Djokovic. O sérvio nunca perdeu uma final no Open, onde procura o décimo título e o 22.º do Grand Slam (para igualar Rafael Nadal). O vencedor da final de domingo terá o prémio extra de sair de Melbourne como número um do ranking mundial.

“Gosto desse número. Tem só a ver contigo, é singular, é ‘1’. Estes são os momentos para os quais trabalhamos muito”, admitiu Tsitsipas (4.º no ranking), após derrotar o russo Karen Khachanov (20.º), por 7-6 (7/2), 6-4, 6-7 (6/8) e 6-3.

O tenista grego continua a ser treinado pelo (por vezes volátil) pai, Apostolos, que é coadjuvado desde o Verão passado por Mark Philippoussis – oitavo no ranking em 1999 e finalista no US Open (1998) e Wimbledon (2003).

Em 2022, o antigo tenista australiano, de ascendência grega, acompanhava as exibições de Tsitsipas na cabina de comentários para a televisão; agora, mais perto do jogador, Philippoussis tem assistido ao trabalho e aos progressos de Tsitsipas e vê-o mais maduro e menos distraído no objectivo de conquistar um major.

“Está mais tranquilo. Ele é um atleta fisicamente incrível e um competidor nato, que tem muito ténis e é completo. O que é difícil nos dias de hoje, em que há tanta tecnologia ao nosso alcance e dão-nos tantas estatísticas, é um jogador focar-se no seu jogo”, disse Philippoussis.

Foi assim, focado, que Tsitsipas superou o momento menos bom do terceiro set, quando serviu a 5-4 e não aproveitou dois match-points no tie-break. Antes, no nono jogo do segundo set, tinha colocado o público do seu lado, ao devolver três smashs consecutivos e ganhar o ponto de 22 pancadas, com um winner de direita.

Mais tarde, revelou que Philippoussis trouxe sentido de humor à sua equipa técnica e diz-lhe para vir à rede atrás do serviço, como o australiano fazia, “o que eu nunca faço”. Mas também revelou: “É um bom tipo para estar ao lado do meu pai, aconselhá-lo, ajudá-lo e ajudar-me.”

Djokovic manteve o registo imaculado de 10 meias-finais ganhas no Open australiano – igualando o mesmo feito de Rafael Nadal em Roland Garros e de Roger Federer em Wimbledon – mas o seu pai, Srdjan, não esteve nas bancadas, devido à polémica criada por deixar-se fotografar com fãs do filho e de Putin.

Embora com a coxa esquerda ligada, Djokovic (5.º) não apresentou qualquer incómodo físico e derrotou o estreante nessa fase de majors, Tommy Paul (35.º), por 7-5, 6-1 e 6-2, a sua 27.ª vitória consecutiva nos courts de Melbourne Park. Mas a clara vitória em três sets poderia ter-se complicado, quando o sérvio começou a somar erros (24 no set inicial) e Paul recuperou de 1-5 para 5-5.

“Estou agradecido por ainda ter combustível suficiente para poder jogar a este nível e conseguir lidar com os nervos no final do primeiro set. Essa foi a chave. Depois disso, comecei a bater na bola mais solto”, explicou Djokovic, que não perde no Open da Asutrália desde 2018.

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