Juros continuam a subir nas emissões de dívida de Portugal
Tesouro português emitiu mais 3000 milhões de euros de dívida pública. O ambiente geral de subida de taxas de juro voltou a sentir-se na operação.
Na sua primeira emissão de dívida deste ano, o Tesouro confirmou aquilo que já era esperado: o financiamento nos mercados está a ficar cada vez mais caro, mas a procura dos investidores por títulos de dívida portugueses continua a um nível elevado.
O Estado conseguiu, através de uma emissão sindicada (organizada por um conjunto de quatro bancos internacionais), obter junto dos investidores internacional "um financiamento a 15 anos de 3000 milhões de euros. A taxa de juro que foi exigida para a obtenção deste crédito foi de aproximadamente 3,6%".
É um resultado que mostra o encarecimento do acesso ao crédito por parte dos Estados numa altura em que, para combater a inflação, o Banco Central Europeu sobe as suas taxas de juro de referência e reduz a sua participação como comprador no mercado de dívida.
Para se ter uma ideia de como os juros suportados pelo Estado português estão a subir, basta ver que em Março foi feita uma emissão a 12 anos a uma taxa de juro de 1,1%. Em Outubro, uma emissão a 10 anos registou uma taxa de juro de 3,2%.
Ainda assim, se bem que a taxas de juro mais altas, Portugal não está a ter dificuldade em encontrar interessados em comprar os seus títulos de dívida. De acordo com os dados publicados pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, a emissão desta quinta-feira teve uma procura de 17.900 milhões de euros, isto é, quase seis vezes mais do que o montante colocado.
A maior parte da procura (39,1%) veio de gestores de fundos, seguidos dos bancos com 21,5%. Quase metade dos investidores são provenientes do Reino Unido, França, Itália e Espanha, enquanto 14% são portugueses.