Neta de Nelson Mandela acusa Harry e Meghan de usarem o nome do avô “porque vende”

Ndileka Mandela acusou os duques de Sussex de “roubo” por usarem a imagem do antigo Presidente sul-africano para a sua nova aventura na Netflix.

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Os duques de Sussex são produtores executivos de Live to Lead Reuters/PHIL NOBLE/arquivo

As pessoas utilizam o seu legado [de Nelson Mandela] porque sabem que o seu nome vende — Harry e Meghan não são diferentes, declarou Ndileka Mandela, neta do antigo Presidente da África do Sul e rosto do movimento anti-apartheid, ao jornal Australian (artigo disponível sob subscrição).

Live to Lead (De Que É Feito um Líder, na tradução portuguesa), que estreou a 31 de Dezembro, foi apresentada como uma série documental inspirada no Prémio Nobel da Paz Nelson Mandela. No trailer, Harry recorda Mandela: “Uma vez disse ‘o que conta na vida não é o simples facto de termos vivido’”. Meghan completa a citação: “É a diferença que fizemos na vida dos outros que irá determinar o significado da vida que levamos’.”

De acordo com a ficha técnica do projecto, criado e realizado por Geoff Blackwell, tendo os duques de Sussex como produtores executivos, Live to Lead foi feito em parceria com a Fundação Nelson Mandela, mas a neta da figura histórica, que morreu em 2013, diz que o príncipe Harry e a sua mulher, Meghan Markle, estão a usar o legado Mandela para obter lucros, recorrendo a citações do seu avô para “atrair pessoas e fazer milhões.

Fiz as pazes com as pessoas que usam o nome do avô, mas ainda é profundamente perturbador e chato de cada vez que acontece, justificou Ndileka Mandela. E não é a primeira vez que a mulher sente isso em relação aos duques, recordando os comentários de Meghan, numa entrevista, em que estabeleceu um paralelo entre o seu casamento e a libertação de Nelson Mandela da prisão, o culminar de quase 350 anos de luta em que gerações do nosso povo pagaram com as suas vidas. E rematou Ndileka: “Não há comparação.

A série De Que É Feito um Líder retrata, explica o serviço de streaming, “líderes extraordinários”, que “reflectem sobre os seus legados e partilham mensagens de coragem, compaixão, humildade, esperança e generosidade”.

Entre as pessoas chamadas a dar o seu depoimento estão as personalidades norte-americanas Ruth Bader Ginsburg, a antiga juíza do Supremo dos Estados Unidos da América, que morreu em 2020, vítima de cancro no pâncreas; Bryan Stevenson, advogado e activista social; e Gloria Steinem, ícone feminista e activista.

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De cima para baixo, da esquerda para a direita: Siya Kolisi, Gloria Steinem, Jacinda Ardern, Greta Thunberg, Ruth Bader Ginsburg, Albie Sachs e Bryan Stevenson DR

Mas também há testemunhos provenientes de outros cantos do globo. Como o de Greta Thunberg, a jovem sueca que continua a chamar a atenção do mundo para as alterações climáticas; de Jacinda Ardern, a primeira-ministra da Nova Zelândia; de Siya Kolisi, o capitão da selecção sul-africana de râguebi e activista contra a desigualdade social; e de Albie Sachs, activista anti-apartheid e ex-juiz do Tribunal Constitucional da África do Sul.

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