DGS alarga critérios para vacinação preventiva contra mpox
Direcção-Geral da Saúde deixa de considerar a profilaxia pré-exposição para o VIH como critério para a vacinação preventiva, alargando a população elegível para a vacina contra a mpx.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) alargou esta quinta-feira os critérios para a vacinação preventiva contra o vírus mpox (antes designado por varíola-dos-macacos), actualizando a norma sobre a vacinação em vigor desde Julho e actualizada em Setembro deste ano. A principal novidade é a inclusão das pessoas com múltiplos parceiros sexuais.
Segundo a norma actualizada, e agora publicada no site da DGS, são alterados os critérios de elegibilidade para a vacinação pré-exposição e também a identificação da população elegível. Até agora, homens que têm sexo com homens, mulheres e pessoas trans, em profilaxia pré-exposição para o VIH (PrEP, comprimido diário ou intermitente eficaz na prevenção da transmissão do VIH), e profissionais de saúde com elevado risco de exposição ao vírus eram alguns dos grupos abrangidos para a vacinação preventiva.
Agora, na nova versão da norma da DGS, a vacinação passa a englobar aquilo que a DGS classifica como “risco acrescido”, onde se incluem as pessoas que apresentem pelo menos um dos seguintes critérios: homens que têm sexo com outros homens “com potencial exposição continuada ou intermitente a casos de infecção humana” pelo vírus que causa a mpox; e ainda outras pessoas consideradas pelo médico como tendo maior risco de infecção.
A DGS explica que a exposição continuada ou intermitente se refere a pessoas que mantêm práticas sexuais com múltiplos parceiros, garantindo o acesso a esta população, algo que já vinha a ser pedido desde a publicação da norma de vacinação original.
Deixa assim de fazer parte do critério estar “em profilaxia pré-exposição para o VIH”.
A redacção da norma indica que os critérios de elegibilidade para vacinação pré-exposição abrangem ainda profissionais de saúde com contacto directo e continuado com pessoas com infecção humana pelo vírus da mpox ou profissionais envolvidos na colheita e processamento de produtos biológicos de casos de infecção humana por aquele vírus, como é o caso de técnicos de diagnóstico, por exemplo.
A norma já tinha sido actualizada em Setembro. Na altura, a secretária de Estado da Promoção da Saúde, Margarida Tavares, explicou que a vacinação preventiva arrancava com a publicação da norma, mas ressalvou que o processo exige uma logística forte, nomeadamente ao nível da prescrição da vacina.
A secretária de Estado adiantou ainda que a actualização de então implicava “duas grandes alterações”: alargar a vacinação pós-exposição para a vacinação preventiva e a alteração da via de administração da vacina e a dose administrada, tendo em conta o aumento da procura desta vacina globalmente.
A última informação sobre infecções em Portugal data de 11 de Novembro deste ano, não existindo novos casos confirmados desde esse dia.