Madrinha do príncipe William pede desculpa pelos comentários racistas

“A Lady Susan comprometeu-se a aprofundar o seu conhecimento sobre estas questões [do racismo] e está grata pela oportunidade de aprender mais”, informou o Palácio de Buckingham.

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Susan Hussey tem 83 anos e foi dama de companha da rainha DR

“De que parte de África é?”, perguntou Susan Hussey a Ngozi Fulani, directora da instituição de solidariedade social Sistah Space, nascida em Inglaterra. O incidente levou à demissão da lady das suas funções reais e a mais um escândalo de racismo no seio da família real britânica. Esta sexta-feira, o Palácio de Buckingham informou que Hussey, madrinha do príncipe William, já se encontrou com Fulan para pedir desculpa.

“A Lady Susan comprometeu-se a aprofundar o seu conhecimento sobre estas questões [do racismo] e está grata pela oportunidade de aprender mais sobre os problemas nesta área”, salientou o porta-voz da família real, em comunicado.

As desculpas foram aceites, acrescentam ainda: “A menina Fulani, que foi recebida injustamente com uma torrente de abusos nas redes sociais, aceitou estas desculpas e compreende que não havia qualquer intenção de maldade.”

Ngozi Fulani, directora da instituição de solidariedade social Sistah Space, no leste de Londres, nasceu em Inglaterra, filha de país caribenhos que emigraram para Londres. No dia 29 de Novembro, esteve no Palácio de Buckingham num evento organizado pela rainha consorte Camila sobre a violência contra mulheres e foi aí que Susan Hussey lhe fez a famosa pergunta inoportuna.

A britânica partilhou o insólito no Twitter e não tardou até que o Palácio reagisse a condenar os comentários, considerando-os “inaceitáveis e profundamente lamentáveis”. Quem teceu tais afirmações foi imediatamente destituído das funções reais, informou então.

Pouco depois, a imprensa britânica noticiava de que se trataria de Susan Hussey — agora confirmado no comunicado desta sexta-feira. Com 83 anos, a lady é madrinha de William, o primeiro na linha de sucessão ao trono, e foi dama de companhia de Isabel II, a única a acompanhá-la ao funeral do príncipe Filipe.

O porta-voz do afilhado disse que o príncipe tinha ficado realmente desapontado ao saber do incidente. “Obviamente, não estava lá, mas o racismo não tem lugar na nossa sociedade”, disse o porta-voz. “Os comentários foram inaceitáveis, e é correcto que o indivíduo se tenha afastado com efeito imediato.”

O incidente é o mais recente a envolver a família real britânica em acusações de racismo. De recordar quando Harry e Meghan deram a famosa entrevista, em Março de 2021, a Oprah Winfrey e a duquesa de Sussex mencionou um membro da família que terá perguntado, antes do primeiro filho do casal nascer, quão escura poderia ser a sua pele.

Estas semanas, a família de Carlos III tem estado também debaixo de fogo, por culpa da série documental Harry&Meghan, que acusa a “firma” de mentir para proteger o príncipe William. Os Windsor mantêm uma postura de “sorrir e acenar” e, esta quinta-feira, estiveram todos reunidos na Abadia de Westminster para o tradicional concerto de Natal, organizado este ano pela princesa de Gales, Kate.