Stress e problemas orais: um círculo vicioso que pode ser quebrado

O stress tem a capacidade de alterar profundamente as nossas rotinas, incluindo os hábitos de higiene. Já adotar hábitos pouco saudáveis, torna-se algo mais fácil de fazer.

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"Comportamentos simples como beber água ajudarão a manter a boca húmida e menos propícia a cáries ou mau hálito" Anna Costa / Arquivo

O “inimigo invisível”. É assim que o stress, a resposta do organismo a momentos de potencial perigo e ameaça, é tantas vezes mencionado. Esta condição é relativamente comum, mas o corpo acaba por ficar mais ressentido quando são atingidos picos ou longos períodos de ansiedade. Um exemplo claro: quem nunca sentiu a sua saúde oral afetada, em momentos de ansiedade ou sensação de falta de controlo? Aftas, herpes, dores de dentes ou mesmo bruxismo. Em alturas de elevado stress, estes são alguns problemas que podem afetar a boca. De forma a atenuar os efeitos desta condição na cavidade oral, é importante perceber efetivamente de que forma é o corpo afetado, o porquê de isso acontecer e, por fim, ficar a conhecer alguns comportamentos a adotar que ajudarão a retomar o equilíbrio.

O stress tem a capacidade de alterar profundamente as nossas rotinas, incluindo os hábitos de higiene, e é por isso que utilizar o fio dentário ou até mesmo lavar os dentes passa a ser uma tarefa muitas vezes esquecida ou difícil de realizar. Já adotar hábitos pouco saudáveis, como ingerir doces de forma desmedida, ou mesmo fumar e beber, torna-se algo mais fácil de fazer. Estes momentos de frustração extrema que levam a uma inversão de atitudes rotineiras têm um impacto significativo na boca, nos dentes e nas gengivas, abrindo caminho a situações muito pouco agradáveis, no que toca à saúde oral. Também existem indícios de que o stress vem acompanhado por uma diminuição de resposta do sistema imunitário, por perturbar o ciclo hormonal e desencadear a libertação desregulada do cortisol, a chamada hormona do stress.

Tudo isto facilita, então, o desenvolvimento de patologias bucais, sendo que existem umas consideradas mais comuns neste tipo de situações. As aftas são pequenas lesões que se podem desenvolver em toda a mucosa bucal, ou seja, na gengiva, na língua ou nos lábios, e que podem ser causadas (mas não exclusivamente) pela ansiedade. O herpes é uma infecção cujo vírus que a causa é “acordado e multiplicado” em momentos de maior tensão e apresenta sintomas como comichão e dores intensas no local. As dores de dentes podem ser consequência do seu ranger (bruxismo), que posteriormente poderão levar ao desgaste dos dentes, dores e até formação de cáries. E existe ainda a possibilidade de desenvolver doenças periodontais, ou seja, gengivais.

De facto, o stress pode adotar várias formas, e é necessário ter especial atenção à forma como afeta a nossa boca. Assim, é importante adotar algumas rotinas que ajudem a quebrar este círculo vicioso.

Está provado cientificamente que praticar exercício físico ajuda a aliviar o stress, o que, por sua vez, irá mitigar os problemas orais. Ter uma boa noite de sono é também fulcral para abrir caminho à redução de stress. Adotar hobbies que permitam esquecer a certa “correria” que todos hoje vivemos é também um ponto a considerar. E comportamentos simples como beber água frequentemente ajudarão a manter a boca húmida e menos propícia a cáries ou mau hálito. Por fim, devem ser garantidas visitas regulares ao médico dentista. Apenas um profissional de medicina dentária conseguirá analisar se a boca se encontra saudável, recomendando, ainda, rotinas de higiene oral a adotar para prevenir patologias associadas ao stress.


A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

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