No Pica-Pau de Lisboa ninguém mexe nas receitas
O Pica-Pau muda as regras da etiqueta. É imperativo deixar o garfo poisado, pegar no pão e ensopá-lo em molhos ricos. É deselegante? Ora, em Itália isso leva o nome de scarpetta e é coisa fina.
Entre inúmeros itens de avaliação de restaurantes, a satisfação das crianças à mesa é um deles, em particular quando ainda não foram contaminadas pelo mais estúpido conceito que os adultos inventaram na avaliação da comida: o aspecto (safa!). Ver uma criança estrangeira, cujos pés ainda não chegam ao chão, à cabeça da mesa, com o pai de um lado e a mãe do outro, a comer polvo, mão de vaca e – pareceu-nos – iscas, na maior tranquilidade e sem fazer caretas, é qualquer coisa que nos faz sorrir. E se a este item acrescentarmos a quantidade de chefs ou profissionais da restauração de fine dining a circular pelo espaço, então parece-nos que o local é acertado para quem quer comer comida tradicional portuguesa – mesmo tradicional e mesmo bem-feita. Onde? No Pica-Pau, em Lisboa.
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