A psicologia das dietas radicais: porque é que atraem tantos seguidores?

Como é que dietas radicais atraem tantos seguidores? O psicólogo Diogo Gonçalves esclarece. Siga o podcast Vitamina P no Spotify, Apple Podcasts, SoundCloud ou outras aplicações para podcasts.

É fácil encontrar dietas que prometem resultados rápidos. As redes sociais, por exemplo, estão cheias de guias que ensinam a mudar o corpo rapidamente: seja ganhar massa muscular ou perder peso. Só que frequentemente estas recomendações, sem o aval de profissionais de saúde, implicam pouca comida, produtos caros (e desnecessários), regras rígidas e regimes intensivos de exercício.

O foco raramente é a saúde, mas ainda assim estas dietas recebem muita atenção. Porquê? É a pergunta que colocamos neste episódio do Vitamina P ao psicólogo Diogo Gonçalves da Oficina da Psicologia.

A busca por estas dietas surge “devido à noção de gratificação imediata”, explica o profissional. Tentar perder peso ou ganhar massa muscular através de planos de treino e dietas equilibradas, que são estratégias sustentáveis, demora tempo. “Nós queremos resultados já. E se queremos resultados, não vamos estar a esperar por este futuro que não sabemos se vai acontecer.”

O psicólogo explica que, para algumas pessoas, optar por dietas rápidas também é uma forma de tentar evitar ansiedade sobre o corpo que se tem devido a imagens “pouco realistas” a circular nas redes sociais. Com dietas rápidas, nota, “não temos de lidar com a ansiedade de pensar: como é que vai ser amanhã? Será que eu, daqui a uma semana vou conseguir perder o peso ou ganhar o peso que eu queria?”

Durante o episódio, exploramos outros motivos que levam as pessoas a procurar dietas radicais, o impacto das redes sociais, e algumas soluções para evitar promessas falsas veiculadas através da Internet. Um dos problemas é que as pessoas não questionam a origem e os motivos por detrás das dietas que seguem online – muitas vezes, há interesses financeiros envolvidos.

Com dietas radicais em mente, fechamos o episódio a desvendar a origem da chamada “dieta da batata”. Existe mesmo esse regime em que só se come batata (sem cremes ou queijo), tal como é mencionado em vários fóruns de estratégias para perder peso rapidamente? A verdade é que não foi criada para esse fim, ou sequer é uma “dieta”: começou como um protesto de um norte-americano em 2010. Neste episódio, desmontamos a história.

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Correcção: Diogo Gonçalves é um psicólogo da Oficina da Psicologia, em Lisboa. No áudio, ouve-se inicialmente “clínica da psicologia”.

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