Help Flash chega a Portugal e quer ser obrigatório

O dispositivo luminoso tem como objectivo reduzir as mortes dos automobilistas por atropelamento durante a operação de montar o triângulo. Em Espanha, deverá ser conectado com os serviços da Dirección General de Tráfico e passará a ser obrigatório em 2026.

Foto
O aparelho, que se activa manualmente ou de forma magnética automática, é alimentado por uma pilha de 9V DR

Uma luz alaranjada, com alcance até um quilómetro de distância e que pode ser avistado a 360 graus, mesmo quando a chuva ou o nevoeiro diminuem a visibilidade, num compacto objecto, que se une ao carro através de íman (e que, revelaram os testes independentes, resiste a ventos com rajadas de até 100 km/h).

É com esta ferramenta de sinalização que a Netun Solutions, empresa de capital espanhol, pretende reduzir as mortes na estrada por atropelamento, sublinhando o perigo que um automobilista corre de cada vez que, em caso de sinistro, avaria ou simplesmente um pneu furado, precisa de sair do veículo para montar o triângulo obrigatório de sinalização.

De acordo com os números da ANSR - Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária, referentes a 2021, cerca de metade dos acidentes ocorreram no período nocturno, entre as 20h e as 6h, e mesmo entre os que acontecem durante o dia a grande parte tem como constante a má visibilidade. Soma-se a isto o facto de duas em cada cinco mortes por atropelamento ser registada em incidentes nocturnos. É certo que há quem invoque que o condutor pode (e deve) sempre ligar os quatro piscas. No entanto, as avarias eléctricas não são de desprezar. Além disso, sublinha a marca, um aparelho deste tipo pode ser facilmente usado por quem circula de moto ou de bicicleta.

Em Espanha, onde a legislação já prevê que um dispositivo luminoso de sinalização de perigo V16 homologado, como o Help Flash, substitua a sinalização do triângulo (ou seja: o condutor pode optar por usar apenas o V16 sem ter de ir colocar o triângulo), a partir de 2026 a sua utilização tornar-se-á obrigatória. Cada aparelho deverá chegar conectado à Dirección General de Tráfico (DGT, com responsabilidades semelhantes à portuguesa ANSR), enviando automaticamente a geolocalização sempre que accionado. Até lá, há ainda um modelo que, emparelhado com o smartphone, põe o condutor em contacto com a companhia de seguros.

Para já, em Portugal, apenas o produto mais simples está disponível (preço recomendado: 29,95€)​, mas os responsáveis da Netun garantem estar em conversações com companhias de seguros para que, em breve, sejam disponibilizados os aparelhos com Bluetooth. Já o dispositivo conectado IoT terá de passar por um acordo com a ANSR, com a qual, esclarece-se, já foram iniciados contactos.

O aparelho, que se activa manualmente ou de forma magnética automática, é alimentado por uma pilha de 9V, não recarregável, capaz de uma autonomia de até 2,5 horas em modo de emergência, mas não substituirá a necessidade de montar triângulo. No entanto, a presença da luz, defendem os responsáveis, tornará a operação menos arriscada. O mesmo dispositivo conta ainda com uma luz branca, podendo servir como lanterna durante o dobro do tempo.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários