Veneza 2022: da nossa jihadista aos quatro cavaleiros da Netflix
É muito delicada, a ficção portuguesa seleccionada para o festival de cinema que esta quarta-feira começa: A Noiva, de Sérgio Tréfaut, e Lobo e Cão, de Cláudia Varejão. No concurso principal, o streaming não dá tréguas mediáticas, com Blonde, de Andrew Dominik, um não-biopic de Marilyn Monroe, como artilharia pesada. Felizmente há linhas de fuga, com Jafar Panahi ou Frederick Wiseman.
Quem é Tooba Gondal? Uma manipuladora que entre 2014 e 2017, através de agressiva propaganda nas redes sociais, recrutou uma dúzia de “noivas” para os guerrilheiros do Daesh? Ou a suave londrina de hijab que aos 20 anos abandonou os estudos no Goldsmiths College em direcção à Síria – aventura que para ela reveste o apelo da demanda iniciática do profeta Maomé de Meca para Medina –, foi enganada, e é hoje (assim se apresenta num campo de prisioneiros na Turquia) uma nova mulher, viúva, com os seus filhos de diferentes “mártires”, e com uma memória nova em relação ao que fez no passado?
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