Cinco coisas que pode fazer já para se tornar um melhor pai ou mãe

Na maior parte dos casos esses hábitos passam de geração em geração sob formas muito inconscientes. Mas esses ciclos podem ser quebrados com pequenas mudanças no nosso dia-a-dia que com certeza nos vão tornar melhores pais e permitir criar seres humanos felizes.

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Arwan Sutanto/Unsplash

São as pequenas coisas que fazem a diferença. Todos nós nos debatemos com questões relativas à forma como educamos os nossos filhos. Alguns pais são rígidos demais, outros tornam-se muito permissivos, uns gritam, mas outros parecem não se incomodar. A verdade é que estamos todos a dar o nosso melhor (pelo menos é o que eu gosto de acreditar!).

A realidade é que, de uma forma ou de outra, todos queremos o mesmo para os nossos filhos — que cresçam felizes e empáticos com o mundo. Chegar lá pode não ser tão fácil e o caminho que fazemos pode ser bem árduo, com alguns erros pelo meio, inevitavelmente!

Alguns desses erros fazem parte da nossa própria história como crianças e muitos tendemos a repetir essas formas menos funcionais, sem que nos apercebamos. Não é fácil porque na maior parte dos casos esses hábitos passam de geração em geração sob formas muito inconscientes. Mas esses ciclos podem ser quebrados com pequenas mudanças no nosso dia-a-dia que com certeza nos vão tornar melhores pais e permitir criar seres humanos felizes.

Aqui ficam cinco pequenas mudanças que pode começar a fazer já hoje e tornar-se naquele pai ou mãe que sempre quis ser.

Tente não se “passar” por tudo e por nada

Todos nós reagimos emocionalmente, em especial quando no dia-a-dia os nossos filhos não fazem aquilo que pedimos e é muito fácil cair na tentação de estarmos sempre a ser o “pica miolos” lá de casa a apontar-lhes os erros. No final da linha, este tipo de comportamento gera confusão nas suas cabecitas porque é como se tratássemos da mesma forma situações muito distintas: “passar-me” porque o meu filho deixou os sapatos na sala em vez de os arrumar; ou “passar-me” porque o meu filho caiu do baloiço e pode ter sofrido alguma lesão mais séria.

Na sua cabeça, tente criar um “termómetro” até 10, sendo 1 algum comportamento com quase nenhuma importância e 10 uma emergência, e antes de saltar logo para cima da criança tente respirar e classificar o grau de gravidade do que aconteceu. No princípio tudo parece até mais do que 10, mas depois (e aos poucos) vamos aprendendo a relativizar.

Seja a pessoa que quer que o seu filho se torne

“Olha para o que eu faço e não para o que eu digo”, é assim que desde cedo as crianças aprendem, ou seja, observando-nos! Nós somos a janela que eles têm para o mundo e a nossa forma de agir vai claramente influenciar o seu comportamento. Tente dar o exemplo, respondendo a situações como gostaria que eles respondessem e evite dar sinais contraditórios, como por exemplo exigir respeito quando não o respeita a ele.

Crie momentos para estar com o seu filho

Na correria diária nem sempre é fácil e embora muitas vezes possa não parecer, tudo o que o seu filho mais quer é passar tempo consigo. Deixe a louça para mais tarde e saia para um passeio depois de jantar, crie um tempo especial para que o seu filho decida o que fazerem juntos (sem telemóveis por perto), deixe bilhetes na lancheira, nos cadernos ou debaixo da almofada.

As crianças que não carregam a sua bateria de mãe e de pai tendem a portar-se mal para sinalizar a falta de atenção que estão a sentir.

Seja um detective

Tente habituar-se a procurar a razão por detrás do comportamento. Em algum momento o seu filho vai reagir e comportar-se de forma que desaprova. Este “mau comportamento”, seja choramingar ou um acesso de raiva, não é mais do que uma forma de demonstrar que apesar de ser parecido com um adulto ainda não o é e está a aprender a sê-lo da melhor forma que sabe e pode. Não é para o desafiar nem manipular.

Investigue o porquê e se possível peça a colaboração dele: “A tua mana ficou a chorar porque lhe tiraste o brinquedo, querias mesmo aquele urso? A que ias brincar?” ou “Querias que a mana brincasse contigo? O que achas que podemos fazer para que ela e tu se sintam melhor?”.

Mostre que o seu amor é incondicional

Como pai ou mãe, nós somos responsáveis por orientar e guiar os nossos filhos. A isso chamamos disciplinar. A forma como disciplinamos pode fazer uma enorme diferença na personalidade das crianças.

Esforce-se por usar um discurso mais positivo do que crítico, que prejudica a sua segurança e auto-estima. Tente encorajar e reforçar o bom comportamento e mostre o seu orgulho não só pelo comportamento, mas pela pessoa em que o seu filho se está a tornar. Certifique-se que ele nunca duvide do seu amor, mesmo quando lhe mostra as suas piores partes. Os pais estão ao seu lado para o acolher e orientar.

Somos todos pais imperfeitos a tentar o nosso melhor e isso é perfeitamente normal!


Clementina Almeida, psicóloga de bebés e fundadora da ForBabiesBrain by Clementina

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