Aos 75 anos, Camila, a futura rainha de Inglaterra, deu uma entrevista à Vogue

Casada com o príncipe Carlos desde 2005, mas com a aprovação de Isabel II para um dia vir a ser rainha-consorte apenas há alguns meses, Camila aceitou abrir as portas da sua casa em Londres à edição britânica da revista. O trabalho é publicado no número de Julho.

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Para a sessão fotográfica, Camila usou peças do seu próprio guarda-roupa DR/Jamie Hawkesworth - Vogue

O nome de Camila cruza-se com o de Carlos ainda antes de Diana ter entrado na equação. Foram namorados, mas acabaram por seguir caminhos diferentes: em 1973, enquanto Carlos estava em missão com a Marinha Real, Camila casou com Andrew Parker Bowles; nove anos depois, Carlos trocou votos com Diana Spencer, que parecia ser uma candidata mais adequada ao lugar de mulher do herdeiro da coroa. A década seguinte viria a provar o contrário.

Em 1993, a revista New Idea publicou uma transcrição de uma conversa telefónica entre Camila e Carlos. A troca de palavras datava de 1986 e veio dar força à tese de que os dois mantinham um relacionamento enquanto casados com outras pessoas — Diana viria a confirmá-lo numa entrevista em 1995 à BBC​.

A separação de Carlos já tinha sido formalizada em 1992, com o divórcio a ser assinado em 1996; Camila divorciou-se de Andrew em 1995, mas muitos sabiam que o par já não vivia junto há algum tempo. Tudo parecia encaminhado para que Camila e Carlos, por fim, oficializassem a relação. Mas a morte de Diana, num acidente de viação, em 1997, obrigou o casal a adiar os planos.

Ao longo desses anos, Camila foi vilipendiada e alvo de um forte escrutínio. “Fui escrutinada durante tanto tempo que tive de encontrar uma forma de viver com isso.” Por isso, a sua relação com a imprensa sempre foi de alguma distância. Até que, agora, prestes a completar 75 anos (a 17 de Julho), a mulher do futuro rei de Inglaterra aceitou dar a sua primeira entrevista e posar para a Vogue, tendo-se afirmado “sensibilizada” com o convite e até nervosa.

A sessão de fotografias, para as quais usou peças do seu próprio guarda-roupa, decorreu em Clarence House, a casa dos duques da Cornualha em Londres que foi residência da rainha-mãe nos seus últimos anos. No dia seguinte, recebeu o jornalista Giles Hattersley para uma conversa “franca”.

A duquesa gosta de moda, mas confessa ser mais adepta de coisas práticas do que de luxos, confessando ter perdido as unhas que tinha arranjadas na jardinagem. Já sobre a idade, Camila preferia poder voltar no tempo, mas revela-se resignada: “Não há nada que possamos sobre isso”, confessou a Hattersley.

A futura rainha, depois de, em Fevereiro, Isabel II ter feito uma declaração a aprovar o título pelo qual Camila virá a ser conhecida quando o marido herdar o trono, contou ainda ser uma avó presente, que adora trocar mensagens com os cinco netos. Mas o seu tempo esgota-se nas mais de cem presidências e trabalho de mecenato, que se foca nas questões de violência doméstica, abuso e violência sexual. “Penso que todos conhecemos alguém a quem aconteceu”, explicou a duquesa ao jornalista da Vogue.

Já sobre o casamento com Carlos, Camila garante que os dois arranjam sempre um bocadinho diário para se encontrarem. Nem sempre conversam. Mas, ao fim de mais de 50 anos (os dois conheceram-se num jogo de pólo, em 1970), a duquesa considera isso uma mais-valia. “O mais simpático é que, na realidade, lemos os nossos livros em diferentes cantos da mesma sala. É muito relaxante porque sabemos que não temos de fazer conversa. Apenas nos sentamos e ficamos juntos.”

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