Pedro Nuno Santos alerta que aeroporto de Lisboa pode recusar voos no próximo ano
O ministro das Infra-estruturas e da Habitação diz que plano de contingência para o aeroporto de Lisboa vai entrar em vigor a partir do mês de Julho e defende um acordo acerca do novo aeroporto o mais rápido possível.
O ministro das Infra-estruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, afirmou esta terça-feira que o aeroporto Humberto Delgado está esgotado e que no próximo ano é provável que tenha de recusar voos caso se confirmem as expectativas optimistas sobre o turismo para 2023. Adiantou ainda que o Ministério da Administração Interna já apresentou um plano de contingência que “vai entrar em execução na sua plenitude a partir do mês de Julho”, o que poderá resolver as mais de três horas de espera no aeroporto de Lisboa.
Questionado pelos jornalistas à margem da cerimónia de assinatura do contrato para a reabilitação do bairro Padre Cruz, em Lisboa, Pedro Nuno Santos admite que existe um “problema estrutural” de um aeroporto que está “esgotado” e defende que é preciso chegar a um acordo o mais rápido possível. O ministro realça a importância de um novo aeroporto e sublinha que o país deve ser capaz de “conseguir um consenso alargado para a sua concretização”, para que seja possível assegurar que sempre que existe uma mudança no governo e de ministro, o dossiê não ande “para trás”.
Questionado se já conversou com o próximo líder do PSD, Luís Montenegro, sobre o tema, afirma que é importante “trabalharmos numa boa solução” que permita alargar a capacidade aeroportuária do país para “podermos receber mais pessoas”. Explica que este ano não irão “recusar voos” mas que para o próximo ano o país vai ter “o melhor ano de sempre”, atingindo os valores anteriores à pandemia de covid-19, o que significa que vai ser necessário recusar voos no aeroporto Humberto Delgado. Até porque, diz, “os problemas de circulação de fluidez no aeroporto já estão a ser sentidos desde Maio e ainda nem chegámos ao Verão”.
Não existe uma “bala de prata” para resolver o acesso à habitação
Na colocação da primeira pedra de construção dos 70 fogos para realojamento e quatro espaços comerciais no Bairro Padre Cruz, o ministro afirma que Lisboa é o local onde existem mais problemas no acesso à habitação e que é preciso existir um esforço local e nacional para dar resposta às dificuldades ao acesso à habitação.
O Plano de Recuperação e Resiliência “financia a 100% e a fundo perdido pelo menos vinte e seis casas”, e o Bairro Padre Cruz enquadra-se no PRR, numa estratégia de execução que é da responsabilidade da autarquia de Lisboa. Os fogos que serão construídos irão acolher 70 das 260 famílias que estão por realojar no bairro.
O ministro reconhece que existem várias famílias que vivem numa situação “sem dignidade” em Portugal e com dificuldades em sair de casa dos pais. Explica que o problema é grave porque “o nosso país falhou ao longo das últimas décadas” e não foi capaz de “fazer o que foi feito nas outras secções como a educação, a saúde e no sistema público de pensões”.
Questionado acerca do aumento das rendas, Pedro Nuno Santos declara que existe um longo trabalho a ser feito, sendo necessário um “alargamento do parque público”, o que poderá ser a resposta estrutural para o problema dos preços elevados, utilizando todos os mecanismos “que estiverem ao dispor para a resposta de um problema gigante” que se foi acumulando ao longo de anos e que agravou os preços em várias cidades do país.
Texto editado por David Santiago