Palcos da semana

Porchat anda em digressão, o GUIdance faz a “mundança”, O Homem dos Sonhos estreia-se em ópera, um fantasma vai ao teatro e regressam Sons de Vez.

ok
Fotogaleria
Kind, da Peeping Tom, um dos destaques do GUIdance Olympe Tits
ok
Fotogaleria
O Novo Stand Up de Fábio Porchat tem estreia absoluta em Portugal DR
ok
Fotogaleria
Catarina Molder protagoniza O Homem dos Sonhos DR
ok
Fotogaleria
O Fantasma da Ópera dos Primeiros Sintomas vai ao São João Bruno Simão
ok
Fotogaleria
O grupo Club Makumba participa no Sons de Vez Vitorino Coragem

O corpo em “mundança”

Um universo de “contos de fadas sombrios” onde “a terra fala, as crianças crescem das árvores e eventos bizarros despertam a curiosidade” é habitado pela companhia belga Peeping Tom em Kind, a última peça da sua trilogia dedicada à família. Depois de passar por Aveiro (30 de Janeiro) e Lisboa (2 e 3 de Fevereiro), mostra-se em Guimarães como um dos destaques do GUIdance. Pelo festival internacional de dança contemporânea passam também May B, de Maguy Marin, e Escala, da dupla Sofia Dias & Vítor Roriz, os coreógrafos em foco. São três das dez criações que vão a palco nesta 11.ª edição movida pela “mundança” – palavra-chave inventada a que o director artístico, Rui Torrinha, recorre para apresentar o programa. Conversas, masterclasses e debates juntam-se à dança.

Viajar com Porchat

No meio dos trabalhos com a Porta dos Fundos (que ainda no mês passado cá esteve, mas sem ele) e da preparação para uma Viagem a Portugal no encalço de Saramago (série documental a estrear na RTP), o comediante-actor-guionista brasileiro traz a Portugal O Novo Stand Up de Fábio Porchat – uma estreia absoluta, se descontarmos uma inesperada apresentação prévia para 30 brasileiros em Talin, Estónia. É o primeiro que vemos dele desde Fora do Normal (2014). Mantém a observação do dia-a-dia e adiciona-lhe impressões de viagens, como uma massagem nu na Índia ou o encontro com um hipopótamo em África.

Sonhos de Sá-Carneiro por Chagas Rosa

Joga-se no limbo: luz e sombra, realidade e imaginação, loucura e sanidade. Transcende “limites de tempo de espaço, de corpo e de género”, segundo a nota de apresentação. E pode ser interpretada como uma “metáfora fenomenal da alienação”, nas palavras de António Chagas Rosa, o compositor e autor do libreto d’O Homem dos Sonhos. A ópera com que sonhou durante anos, resultante do fascínio pelo conto de Mário de Sá-Carneiro que lhe está na base, estreia-se agora pela mão da Ópera do Castelo, com a soprano Catarina Molder como protagonista. A encenação é de Miguel Loureiro; a direcção musical, de Jan Wierzba.

Fantasma antigo, novos sintomas

A história d’O Fantasma da Ópera é bem conhecida: amor e ciúme entre uma soprano e um homem misterioso e desfigurado que vive nas catacumbas da Ópera de Paris. Muitas têm sido as apropriações do romance gótico de Gaston Leroux – a mais célebre, a transformação em musical por Andrew Lloyd Webber, da qual se afasta esta adaptação operada por Bruno Bravo. O encenador e fundador dos Primeiros Sintomas limpa a memória dessa abordagem, investe na fidelidade ao livro, vai às entranhas das personagens (e do autor) e “ensaia um encontro entre a música ao vivo e o movimento, entre as canções e a máquina assombrosa de um palco”, descrevem. Chega ao Porto depois de se ter estreado, em Outubro, na Culturgest, em Lisboa, que co-produziu o espectáculo com o São João e a companhia.

Regresso de vez

O Sons de Vez não só volta a ecoar, depois de dois anos silenciado pela pandemia, como regressa para “celebrar 20 anos da melhor música portuguesa”, anuncia a organização, enchendo os próximos sábados com 13 concertos dos mais diversos espectros. Para começo de festa, as velas do festival juntam-se às 30 que os Moonspell estão a soprar este ano. A seguir, virão The Twist Connection, Club Makumba, Dino D’Santiago, Kiko & The Blues Refugees, Rui Fernandes 4TT, Noble, Fingertips, Plastica, The Happy Mess, Tarantula, Nó Cego e Paus.

Notícia actualizada para incluir o cancelamento de sessões d'O Fantasma da Ópera.

Sugerir correcção
Comentar