Covid-19: nova variante afunda bolsas e petróleo

Títulos do sector do turismo e da aviação estão entre os mais penalizados com os receios de que a nova variante de coronavírus volte a fechar as economias.

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Perdas atingiram mercados asiáticos e europeus EPA/JEON HEON-KYUN

Os mercados reagiram em sobressalto aos relatos da gravidade da nova variante do SARS-CoV-2, que pode significar um retrocesso no combate à pandemia da covid-19.

Nas bolsas asiáticas e um pouco por toda a Europa, os principais índices ressentiram-se das notícias sobre a nova variante identificada em África (a B.1.1.529), com as cotações de empresas do sector turístico e da aviação a destacarem-se como as mais penalizadas.

Receia-se que a nova variante seja responsável pelo aumento significativo de casos no continente africano e muitos países começaram já a restringir as viagens aéreas para impedir a sua disseminação, situação que poderá vir a generalizar-se e afectar a recuperação económica mundial.

Depois das quedas dos principais índices asiáticos (de 2% do japonês Topix e de 2,5% do Hang Seng, de Hong Kong), ao início da manhã de sexta-feira, o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 3,1%, enquanto o francês CAC 40 e o alemão DAX 30 registavam perdas similares.

Na bolsa francesa, as gigantes do sector aeronáutico Airbus e Safran registavam perdas na ordem dos 10% e a transportadora Air France estava a cair cerca de 7,7%.

No vermelho estavam também as empresas do sector da restauração e da hotelaria – a cadeia de hotéis Accor perdia quase 6%, segundo o Le Figaro.

Por cá, o PSI20 também caía cerca de 2%, registando perdas generalizadas, com os títulos do BCP e da Galp a destacarem-se como os mais penalizados, com quedas em torno de 5%.

O índice de referência da bolsa londrina, o FTSE 100, também estava a desvalorizar-se 3% e, segundo o Financial Times, as acções da IAG, dona da British Airways, perdiam 16% do seu valor.

A fabricante de motores aéreos Rolls-Royce caía 12% e a petrolífera BP, 6%, reflectindo os receios de um novo abrandamento da actividade económica e menor procura de petróleo.

Em Madrid, o Cinco Dias dava conta da desvalorização de 3,6% do IBEX 35, com o operador de viagens Amadeus a recuar 10%. A cadeira hoteleira Meliá e a gestora de aeroportos Aena desvalorizavam-se cerca de 8%, seguidas de perto pela petrolífera Repsol, que caía 7%.

Nos mercados petrolíferos, a cotação do barril de Brent (que serve de referência às importações portuguesas) recuava 4,7%, para 78,34 dólares, enquanto nos Estados Unidos o West Texas Intermediate atingia os 74,72 dólares, com uma queda de 4,6%.

Os futuros das bolsas norte-americanas também apontavam para perdas, com o S&P 500 a perder 1,7% ao início da manhã na Europa.

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