É na Área Metropolitana de Lisboa, com Oeiras à cabeça, que o rendimento anual é mais alto

Segundo o INE, os agregados fiscais com valores medianos mais baixos de rendimento bruto declarado, relativo a 2019, localizavam-se maioritariamente no interior da região Norte.

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A mediana do rendimento bruto, declarado no IRS, aumentou 4,5% em 2019, face a 2018, tendo a Área Metropolitana de Lisboa a mediana mais elevada e sido a única região a superar o valor nacional, segundo o INE.

As estatísticas do rendimento ao nível local, declarado no IRS, por agregado fiscal e sujeito passivo, divulgadas nesta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2019, revelam que o rendimento bruto declarado por residentes atingiu 99,5 milhões de euros, traduzindo um valor mediano de 12.499 euros por agregado fiscal, superior em 4% ao do ano anterior.

“Ao nível regional, o valor mediano de rendimento mais elevado registou-se na AML - Área Metropolitana de Lisboa (14.394 euros), a única região NUTS II que o INE diz superar o valor nacional, enquanto, por outro lado, a região do Algarve se destaca com o menor valor mediano por agregado fiscal (11.311 euros)”, lê-se na publicação do INE.

Os dados do instituto mostram ainda que, em 2019, 69 municípios registaram valores medianos do rendimento bruto declarado por agregado fiscal superiores ao nacional, mais dois municípios do que em 2018.

Com valores mais elevados surgem os municípios da AML, entre os quais Oeiras, que obteve o valor mais elevado do país (18.373 euros), seguidos pelos municípios da região de Coimbra (sete dos 19 municípios), da Região de Aveiro (quatro em 11), do Médio Tejo (quatro em 13), da Região Autónoma dos Açores (quatro dos 16 municípios com informação disponível) e da Área Metropolitana do Porto (quatro dos 17 municípios), e, no Interior continental, municípios sede de distrito.

Já os agregados fiscais com valores medianos mais baixos de rendimento bruto declarado, relativo a 2019, localizavam-se no interior da região Norte, maioritariamente.

Os dados do INE destacam a AML como a sub-região com maior amplitude do valor mediano do rendimento bruto por agregado fiscal entre municípios (5.753euros), registando-se o menor valor na Moita (12.620 euros) e o maior em Oeiras (18.373 euros).

A sub-região do Tâmega e Sousa, por outro lado, registou o menor diferencial (1.427 euros) entre municípios, enquanto a AML apresentou a maior diferença absoluta entre o valor mediano do rendimento bruto declarado e o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por agregado fiscal em 2019 (888 euros), correspondente a cerca de 6,2% do rendimento bruto mediano.

“O efeito do imposto [do rendimento das pessoas singulares -- IRS] na distribuição do rendimento foi tendencialmente menor nas sub-regiões com níveis de rendimento mediano por agregado fiscal mais baixos”, destaca o instituto.

Já as sub-regiões do Tâmega e Sousa e Alto Tâmega apresentaram o menor diferencial (ambas 259 euros) entre as 25 sub-regiões NUTS III, correspondendo a 2,6% do valor mediano do rendimento bruto por agregado fiscal das respectivas sub-regiões.

“O valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por agregado fiscal situou-se acima do valor nacional nas áreas metropolitanas de Lisboa (13.506 euros) e do Porto (11.979 euros), Região de Coimbra (12.551 euros), Região de Leiria (12.274), Alentejo Central (12.229) e na Região de Aveiro (11.990)”, acrescenta na publicação.

Os agregados fiscais com valores medianos de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado mais baixos, inferiores a 11.000 euros, localizavam-se nas sub-regiões do Tâmega e Sousa (9.606), Alto Tâmega (9.643), Douro (10.235), Terras de Trás-os-Montes (10.615), Alto Minho (10.652) e no Ave (10.951) no Norte do país, e a sul, nas sub-regiões do Alentejo Litoral (10.725) e no Algarve (10 827).