Cancela desafia gaienses a juntarem-se a si para “sentir Gaia por inteiro”
Candidato do PSD pede mudança e diz que é “uma honra e um privilégio liderar uma candidatura de pessoas descomprometidas e livres”.
O deputado do PSD, José Cancela Moura, comprometeu-se a construir um “projecto sustentado e exequível, que coloque Gaia definitivamente na rota do progresso" e lhe devolva “a notoriedade que a sua dimensão exige, potenciando as qualidades de um território com recursos naturais e humanos únicos”.
“Estamos aqui com o orgulho das nossas raízes, com a convicção das nossas ideias para levar a nossa mensagem freguesia a freguesia, porta-a-porta e boca-a-boca, porque quem nos conhece sabe que, quanto mais estreito for o caminho, mais determinados e resilientes nós somos”, declarou Cancela Moura, este domingo, na apresentação da sua candidatura à Câmara de Vila Nova de Gaia, pela coligação Aliança Democrática.
Desafiando todos os gaienses a juntarem-se ao seu projecto para “sentir Gaia por inteiro”, o deputado disse ter consciência das “circunstâncias particularmente críticas e excepcionais” que a sua candidatura enfrenta.
Cancela Moura é a segunda escolha do partido para Gaia, depois de António Oliveira ter desistido da candidatura devido a “divergências insanáveis” com o partido, designadamente com o agora candidato.
“Sei pelas minhas origens que não há caminhos fáceis, como também sei que o destino do PSD, e dos partidos que nos acompanham, é serem chamados a assumir responsabilidades em momentos difíceis. É, pois, para nós, um imperativo de consciência construir com os gaienses uma alternativa à actual maioria municipal”, prometeu Cancela, considerando que pode fazer “mais e melhor do que o PS”.
Afirmando que “é uma honra e um privilégio liderar uma candidatura de pessoas descomprometidas e livres que querem dar o melhor de si a Gaia”, o vereador sem pelouro na autarquia gaiense apontou algumas das “carências estruturais” que o concelho – o terceiro maior do país – enfrenta.
Com Rui Rio a seu lado, a quem agradeceu toda a solidariedade neste processo que foi complexo, Cancela Moura elegeu três áreas – transportes públicos, arruamentos e habitação – que, disse, fazem de “Gaia um concelho adiado”.
“A questão da mobilidade agravou-se nos últimos anos, muito para além da falta de uma rede de transportes públicos. É um assunto que recolhe um amplo e transversal consenso político, mas em Gaia ainda se discute o mais básico, como o acesso e a qualidade dos serviços prestados”, contextualizou.
O autarca revelou que “mais de metade do concelho é servido, em exclusivo e em monopólio, por operadores privados, em reiterado incumprimento das concessões. E no interior, apesar da redução tarifária, os gaienses não têm acesso a transportes públicos”, insurgiu-se, assumindo que a “busca de soluções na mobilidade e nos transportes públicos” será uma prioridade da sua candidatura.
Em matéria de habitação, comprometeu-se a dar prioridade à “implementação imediata de uma solução que passe pela construção de habitações para venda a preços controlados e pela criação de um verdadeiro mercado municipal de arrendamento”.
Para o candidato, Gaia precisa de ser mais atractiva para as famílias e para as empresas, pelo que defende “políticas públicas atractivas ao nível fiscal e pela disponibilização de espaços para incubação de empresas e centros empresariais a preços acessíveis”.
Cancela Moura, que escolheu o eurodeputado Paulo Rangel para mandatário da sua candidatura, terminou o seu discurso “com a força das palavras do poema” que inspirou Nelson Mandela quando esteve no cativeiro ao longo de quase três décadas: “Não importa quão estreita seja a passagem, quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou dono do meu destino e o capitão da minha alma”.