O Senhor de Matosinhos modernizou-se, mas continua a ser um “reservatório” da tradição popular
Depois de, em 1995, publicar Senhor de Matosinhos, Cartazes da Festa, o historiador Helder Pacheco revisita o tema para, a partir dos últimos 26 cartazes da romaria, tecer um comentário sobre as mudanças socioculturais e o seu impacto nas tradições populares.
Em 1957, uma carta enviada por matosinhenses ao director d’O Comércio do Porto pedia para, “através das colunas desse grande jornal, fazer eco do desgosto de toda a população” de Matosinhos face ao cartaz escolhido para anunciar a festa do Senhor de Matosinhos — nele constava um desenho minimalista do galo de Barcelos sobre um fundo de triângulos, da autoria de uma jovem alemã chamada Ditta, muito distante da iconografia e simbologia da romaria e da estética apreciada na época. “Hoje, infelizmente, isso não aconteceria, porque a sociedade está muito massificada e as pessoas estão desligadas das suas raízes”, vaticina Helder Pacheco, historiador, escritor e professor que reúne estas e outras histórias no livro Senhor de Matosinhos, Cartazes da Festa, cuja apresentação decorreu este sábado no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Matosinhos, inserida no programa presencial e virtual deste ano, adaptado às restrições impostas pela pandemia.
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