A edição deste ano do concurso que escolhe Os Melhores Verdes consagrou um vinho já com sete anos de garrafa, um resultado que representa uma mudança histórica para uma região com a imagem de que os seus vinhos são para consumo imediato. Não será ainda uma revolução, mas é seguramente um firme passo em frente na valorização e reconhecimento dos Vinhos Verdes também pela sua capacidade de guarda e amplas aptidões de consumo.
O vinho mais pontuado foi o Quinta do Regueiro Alvarinho 2013, vendedor absoluto entre os cerca de duzentos apresentados a concurso e provados pelo júri nas diversas categorias. Arrecadou, por isso, a Grande Medalha de Ouro, a par da distinção ouro correspondente à categoria em que se inseria, a de colheitas de 2018 ou anteriores.
Na cerimónia de anúncio e entrega de prémios, transmitida em streaming, na noite desta quinta-feira, o presidente da CVR, Manuel Pinheiro, destacou precisamente o facto de esta categoria ter vindo a registar cada vez mais candidaturas nos últimos anos, prova da aposta dos produtores na qualidade e valorização dos Vinhos Verdes.
A região está a produzir vinhos cada vez mais qualificados, com variedade e estilos e identidade, que reflectem não só a diversidade das sub-regiões como das suas castas, dando mostras de se querer afastar de forma definitiva do estereótipo dos vinhos com um pico de gás e doçura que, definitivamente, já não representa os Vinhos Verdes. Disso mesmo esta edição do concurso deixou mostra evidente.
A par da consagração do seu reserva de 2013, a Quinta do Regueiro (sub-região Monção e Melgaço) conquistou ainda outra distinção ouro com o reserva 2020, para o Melhor Vinho Verde Alvarinho. Nas restantes categorias, também a Quinta de Linhares, na sub-região Sousa, foi duplamente distinguida com ouro, para o Quinta de Linhares Premium 2020 (Vinho Verde Branco) e para o Quinta de Linhares Azal 2020 (Vinho Verde de Casta), Assim com a Quinta de Curvos (sub-região Cávado) para o Curvos Alvarinho 2020 (Vinho Regional Minho) e o Curvos Reserva Bruto Branco 2016 (Espumante de Vinho Verde).
As restantes distinções ouro, que consagram os mais pontuados em cada categoria, foram para o Pequenos Rebentos Escolha Loureiro 2020 (Vinho Verde Loureiro), Muralhas de Monção (Vinho Verde Rosado), Aguião Superior Vinhão 2020 (Vinho Verde Tinto), e Alvarinha Aguardente Vínica Velha (Aguardente de Vinho Verde).
Com cerca de 200 amostras a concurso, os vinhos são avaliados em prova cega e pontuados por um júri alargado, que é constituído por representantes da região dos Vinhos Verdes, da Câmara de Provadores da Comissão dos Vinhos Verdes e de outras câmaras de provadores nacionais, de institutos de investigação, da Direcção Regional de Agricultura, escanções e jornalistas.
Numa primeira etapa, representantes da Junta de Recurso e da Câmara de Provadores da região procedem a uma pré-seleção nas categorias mais concorridas, cabendo depois ao júri a atribuição das pontuações que determinam a atribuição das medalhas. A Grande Medalha de Ouro cabe ao vinho com maior pontuação absoluta e as de ouro aos melhores pontuados em cada categoria. Foram também atribuídas dez medalhas de prata aos vinhos com a segunda pontuação mais alta.