Irmãs de Felipe de Espanha criticadas por terem recebido a vacina em Abu Dhabi
Escusando-se a fazer mais comentários, o Palácio da Zarzuela comunicou apenas que “o rei não é responsável pelas acções das suas irmãs”. Elena e Cristina não fazem parte da família real desde que o pai abdicou.
Elena e Cristina, as irmãs do rei Felipe VI, foram vacinadas em Abu Dhabi no mês passado quando foram visitar o pai, que vive auto-exilado nos Emirados Árabes Unidos, revela o jornal online El Confidencial, na quarta-feira, causando uma onda de indignação em Espanha, onde a maioria dos cidadãos aguarda ainda por ser vacinado contra a covid-19. A Espanha pretende ter 70% de sua população de 47 milhões inoculada até ao Verão, mas apenas 1,3 milhões foram totalmente vacinados até agora.
O Palácio da Zarzuela já se demarcou do caso. Escusando-se a fazer mais comentários, declarou apenas: “O rei não é responsável pelas acções das suas irmãs.” Recorde-se que desde 2014 que as infantas deixaram de fazer parte da família real, ou seja, desde a data em que Juan Carlos abdicou em favor do filho mais novo. Um porta-voz da Casa Real disse à CNN que o rei, a rainha e suas duas filhas estão a seguir as directrizes de saúde do país e vão “esperar pela sua vez” para serem vacinados em Espanha.
O El Mundo cita um comunicado das princesas em que justificam que a vacina lhes foi oferecida de modo a poderem ter um “passaporte de saúde”, que lhes permitisse visitar o pai com maior regularidade. Se assim não fosse, teriam de esperar pela sua vez em Espanha. Nem o advogado de Cristina, nem a Fundacion Mapfre, o braço social e cultural da seguradora Mapfre com sede em Madrid, onde Elena trabalha quiseram comentar o tema. Por seu lado, os Emirados Árabes Unidos afirmam que vacinam apenas os residentes e cidadãos com bilhete de identidade válido. De acordo com o Our World in Data, cerca de 60% da população já foi vacinada.
A ministra do Trabalho, Yolanda Diaz, criticou as duas princesas. “É muito desagradável, muito feio”, disse à emissora estatal RTVE. “Nós, as pessoas que exercemos algum tipo de representação, devemos dar o exemplo.” Mas as infantas não foram as únicas, também em Espanha muitos autarcas e militares de alta patente têm feito a vacina sem fazerem parte dos grupos prioritários, o que desencadeou uma onda de demissões.