O DeLorean é mesmo uma máquina do tempo: está de regresso, com futuro garantido

O carro que fez furor nos anos 1980 graças ao filme de culto Regresso ao Futuro prepara-se para voltar. O seu novo conceito estético tem assinatura da Italdesign.

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Universal Pictures
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40 anos separam as duas versões do mesmo modelo DR/Italdesign

Não foi carro que reunisse um séquito de fãs até ter sido aproveitado pelo professor Emett Brown (Christopher Lloyd) para construir uma máquina do tempo, na trilogia Regresso ao Futuro. Mas agora tudo pode mudar: é que uma lei aprovada nos EUA (em 2015, mas que só teve seguimento recentemente) estabelece como possível que a actual DeLorean Motor Company (mesmo nome, mas sem ligação à original) encete uma produção de até 325 unidades sem necessidade de cumprir os rigorosos requisitos ambientais.

O futuro DeLorean, que deverá atingir um valor comercial em torno dos cem mil dólares (82.330€), irá buscar muito ao passado, como as icónicas portas asas de gaivota ou o recorte coupé, mas integrará tudo o que a mais recente tecnologia tem para oferecer, além de, claro, potência a condizer: 350cv em vez dos 130cv do modelo da década de 1980.

Além disso, o estilo é assegurado pela Italdesign, numa altura em que se assinala 40 anos sobre a produção do primeiro DMC-12, como a casa italiana de design fez questão de revelar nas redes sociais, levantando um pouco o véu sobre o que este futuro sem regresso reserva.

Esta colaboração, refira-se, pode parecer, mas não é surpreendente, havendo até por aqui um toque de nostalgia. É que o fundador da Italdesign, Giorgetto Giugiaro, tem o seu nome associado ao projecto que esteve na génese do DeLorean de 1981.

O DeLorean DMC-12 foi produzido entre 1981 e 1982, pela norte-americana DeLorean Motor Company (DMC), e não fosse a sua entrada pelo grande ecrã, provavelmente nunca teria saído do conhecimento de um círculo restrito: foram criadas menos de dez mil unidades, e a viagem DMC foi abruptamente interrompida quando o fundador e presidente-executivo da companhia, John DeLorean, foi detido, em Outubro de 1982, acusado de tráfico de estupefacientes – uma história que, claro, também já deu filme, O Caso DeLorean.

O engenheiro mecânico, falecido em 2005, aos 80 anos, foi libertado dez dias depois por falta de provas e viria a ser absolvido dois anos depois, graças também à ajuda de Anthony Pellicano​ – mas tanto a sua reputação como o projecto da DMC não recuperariam. A empresa entrou com processo de insolvência no mesmo mês da sua detenção.

O DeLorean foi usado como máquina do tempo (só precisava de acelerar até às 88 milhas ou 141,6 km/h) na trilogia Regresso ao Futuro, filmes de 1985, 1989 e 1990, assinados por Robert Zemeckis, e que contava com Michael J. Fox no papel principal. O primeiro recebeu quatro nomeações nos Óscares, tendo recebido a estatueta de Melhores Efeitos Sonoros.

Apesar de ter tido como base o DMC-12, a criação de uma máquina do tempo, operada por um capacitador de fluxo e 1,21 gigawatts de energia, deve-se ao trabalho de vários artistas e designers: primeiro Andrew Probert, mas sobretudo Ron Cobb e Michael Scheffe (o autor do KITT da série televisiva O Justiceiro, 1982-1986, que lançou David Hasselhoff).

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O clássico carro de culto DeLorean Motor Company

Nas filmagens da trilogia foram usados seis carros – três para o primeiro Regresso ao Futuro e outros tantos para as duas sequelas — e foi construída uma versão de fibra de vidro para os momentos de voo do DeLorean. Esse ficou danificado num acidente no local de filmagens, um dos carros reais foi destruído em Regresso ao Futuro III, outros dois terão sido abandonados, um pertence a um coleccionador privado e dois estão na posse da Universal – e um destes esteve no Porto, no âmbito da Comic Con, em 2015.

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