A mítica MG está de volta a Portugal, agora made in China
A icónica marca britânica, nascida há quase um século pelas mãos do empreendedor Cecil Kimber, planeia o regresso ao mercado luso em 2021.
O ano de 2020 teve muitos contratempos para todas as indústrias, nomeadamente automóvel, mas 2021 augura-se repleto de novidades, e algumas há muito ansiadas. É o caso do regresso da mítica MG a Portugal, onde reúne um séquito de fãs. Além do regresso a território luso, a MG planeia entrar nos mercados espanhol e italiano.
É certo que a marca já é muito pouco britânica, estando actualmente nas mãos do grupo chinês SAIC Motor Corporation Limited, que deverá ver nos MG uma forma de conquistar uma fatia do mercado europeu. Mas isso, além de não lhe roubar a aura histórica, também pode ser analisado de uma perspectiva positiva, já que os carros se apresentam idealizados e concebidos com muito cuidado para a Europa: “Os veículos MG são pensados para os condutores europeus; são sustentáveis, inteligentes, funcionais e acessíveis”, defende a MG Europe, que adianta que os dois modelos foram “desenvolvidos nos estúdios de design em Xangai em colaboração com o estúdio de Londres” – a produção mantém-se na China.
Claro que há muito que os grupos chineses perceberam que para entrar num mercado tão particular quanto o europeu teriam de ceder a várias exigências, nomeadamente ao nível das tecnologias de segurança. E, segundo o Euro NCAP, organismo independente que mede a segurança dos automóveis comercializados no Velho Continente, os MG têm carta verde, com cinco estrelas atribuídas tanto ao eléctrico ZS EV, um SUV familiar que foi muito bem acolhido no Reino Unido há um ano, com autonomia para 263 quilómetros, como ao híbrido de ligar à corrente EHS, que será revelado ao público esta quinta-feira, tendo como destinatários clientes em alguns mercados europeus.
De acordo com a marca, a pontuação obtida não é alheia à introdução de um conjunto de sistemas de segurança de condução, entre os quais cruise control adaptativo, aviso de ângulo morto e de transposição da faixa de rodagem, travagem de emergência activa e câmara de 360º.
No caso do último bólide, a autonomia eléctrica da bateria de iões de lítio de 16,6 kWh permite percorrer 52 quilómetros (o que o torna elegível por cá a usufruir de benefícios fiscais, de acordo com as últimas alterações), sendo necessárias em torno de quatro horas para repor a energia da mesma.
O MG EHS combina um motor 1.5 a gasolina, sobrealimentado, a debitar 162cv, com um eléctrico de 90 kW, geridos por uma transmissão de dez velocidades. O resultado é uma potência combinada de 255cv e prestações condizentes: acelera de 0 a 100 km/h em 6,9 segundos, anuncia a marca.
Noutras características, o SUV híbrido “plug-in” deverá destacar-se na habitabilidade, tirando proveito de uma distância entre eixos de 2720mm – valor razoável tanto para o conforto de quem seguir nos bancos traseiros como para apresentar uma bagageira generosa: arruma 448 litros. E também na conectividade: painel de instrumentos digital com 12,3'’ e ecrã táctil de infoentretenimento central, com sistema compatível com Apple Car Play e Android Auto.
Para Portugal, ainda não há preços, mas em alguns mercados da Europa o “plug-in” vai poder ser encomendado a partir de 34 mil euros.