Enterro de visons na Dinamarca pode ter contaminado água potável

Autores de estudo feito a pedido da Agência Nacional do Ambiente dinamarquesa pedem às autoridades que actuem rápido. Autoridades terão garantido antes do enterro que a contaminação da água não seria um problema.

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Reuters/ANDREW KELLY

Os visons em decomposição enterrados em valas no solo na Dinamarca podem ter contaminado a água no subsolo, reportou a rádio local Radio4 na quinta-feira, citando um relatório de uma agência governamental.

O governo dinamarquês forçou o abate de cerca de 17 milhões de visons no início de Novembro depois de as autoridades terem descoberto estirpes mutadas do coronavírus em vários surtos em quintas locais.

As autoridades recorreram ao enterro de alguns dos animais em valas com dois metros de profundidade numa zona militar do oeste da Dinamarca, devido ao problema logístico de eliminação dos animais mortos.

O governo disse mais tarde querer desenterrar esses visons devido ao facto de algumas carcaças terem voltado a emergir, muito provavelmente devido a gases gerados pelo processo de decomposição que empurraram para cima os animais mortos.

Um novo estudo, efectuado a pedido da Agência de Protecção Ambiental dinamarquesa, indica que a água presente no subsolo da área pode já estar contaminada e apela às autoridades para actuarem de forma rápida, segundo a Radio4. A agência estará de momento a conduzir inspecções adicionais para averiguar o impacto das valas. Os resultados são esperados no início do próximo ano.

Antes do enterro dos visons, as autoridades asseguraram que as valas não seriam um risco de contaminação para áreas protegidas ou para a água potável. O local dos enterros é guardado 24 horas por dia para manter pessoas e animais afastados e já gerou queixas por parte dos residentes sobre possíveis riscos de saúde.

Na Dinamarca, existem mais de mil quintas de criadores de visons, um animal muito procurado sobretudo devido à sua pele, utilizada para fazer casacos. Esta indústria emprega mais de seis mil pessoas e representa cerca de 800 milhões de euros anuais em exportações.

Os visons têm demonstrado enorme susceptibilidade à infecção pelo coronavírus, um problema agravado pelo facto de serem criados em grande número e em espaços fechados, facilitando o contágio.