Abate de visons provoca uma crise política na Dinamarca

Ministro da Agricultura demitiu-se e oposição exige queda do Governo. Em causa, a ordem sem base legal para abater de mais de 15 milhões de visons, depois de ter sido identificada uma mutação do coronavírus nestes animais.

Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro,Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro
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Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro,Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro Morten Stricker/Dagbladet Holstebro Struer/Jysk Fynske Medier/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro
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Membros das autoridades de saúde dinamarquesas são assistidos por membros das forças armadas para enterrar visons mortos numa área militar perto de Holstebro. 9 de Novembro Morten Stricker/Dagbladet Holstebro Struer/Jysk Fynske Medier/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Trabalhadores sazonais da Letónia tiram a pele de visons no Sydvestjysk Pelscenter em Varde, Denmark. 7 de Novembro
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Trabalhadores sazonais da Letónia tiram a pele de visons no Sydvestjysk Pelscenter em Varde, Denmark. 7 de Novembro John Randeris/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Estação de comboios de um dos municípios em confinamento devido à mutação do coronavírus encontrado em visons. 6 de Novembro
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Estação de comboios de um dos municípios em confinamento devido à mutação do coronavírus encontrado em visons. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Henning Bagger via REUTERS
Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Vison da quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, perto de Naestved. 6 de Novembro
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Vison da quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, perto de Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Vison da quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Vison da quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Pessoas preparam visons para abate. 6 de Novembro
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Pessoas preparam visons para abate. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Dois jovens esvaziam o caixote do lixo de um estádio de um dos municípios em confinamento devido à mutação do coronavírus encontrado em visons. 6 de Novembro
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Dois jovens esvaziam o caixote do lixo de um estádio de um dos municípios em confinamento devido à mutação do coronavírus encontrado em visons. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Claus Bjoern Larsen via REUTERS
Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons da quinta de Henrik Noradgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Um homem segura num vison abatido na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Um homem segura num vison abatido na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons abatidos no Sydvestjysk Pelscenter, um centro de remoção de pele. 6 de Novembro
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Visons abatidos no Sydvestjysk Pelscenter, um centro de remoção de pele. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro
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Visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, em Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Produtores de visons protestam, alegando que as suas profissões estão em risco devido à decisão. 6 de Novembro
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Produtores de visons protestam, alegando que as suas profissões estão em risco devido à decisão. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Bo Amstrup via REUTERS
Transporte de visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, perto de Naestved. 6 de Novembro
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Transporte de visons abatidos na quinta de Henrik Nordgaard Hansen e Ann-Mona Kulsoe Larsen, perto de Naestved. 6 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS.
Visons na quinta Hans Henrik Jeppesen, perto de Soroe. 5 de Novembro
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Visons na quinta Hans Henrik Jeppesen, perto de Soroe. 5 de Novembro REUTERS/Jacob Gronholt-Pedersen
Visons da quinta de Hans Henrik Jeppese, perto de Soroe. 5 de Novembro
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Visons da quinta de Hans Henrik Jeppese, perto de Soroe. 5 de Novembro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Peter e Trine Brinkmann Nielsen abraçam-se. Vão ter de abater 250,000 visons na sua quinta Norden in Boerglum Abbey em Jutland. 5 de Novembro
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Peter e Trine Brinkmann Nielsen abraçam-se. Vão ter de abater 250,000 visons na sua quinta Norden in Boerglum Abbey em Jutland. 5 de Novembro Claus Bjoern Larsen via REUTERS
Thorbjorn Jepsen segura um vison na sua quinta. 9 de Outubro
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Thorbjorn Jepsen segura um vison na sua quinta. 9 de Outubro Henning Bagger/Ritzau Scanpix/via REUTERS
"Sem acesso. Risco de infecção por covid-19", lê-se. 8 de Outubro
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"Sem acesso. Risco de infecção por covid-19", lê-se. 8 de Outubro Ritzau Scanpix/Mads Claus Rasmussen via REUTERS
Visons são enterrados no Aeroporto Militar Karup. 8 de Novembro
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Visons são enterrados no Aeroporto Militar Karup. 8 de Novembro Bo Amstrup/Ritzau Scanpix/via REUTERS
Funcionários do Danish Veterinary and Food Administration e Danish Emergency Management Agency. 8 de Outubro
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Funcionários do Danish Veterinary and Food Administration e Danish Emergency Management Agency. 8 de Outubro Ritzau Scanpix/Henning Bagger via REUTERS
Corpos de visons numa quinta em Farre. 21 de Outubro
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Corpos de visons numa quinta em Farre. 21 de Outubro Ritzau Scanpix/Mette Moerk via REUTERS

O abate de milhões de visons como medida preventiva para evitar a disseminação de uma nova mutação do coronavírus gerou uma crise política na Dinamarca, com o ministro da Agricultura a apresentar a demissão e a oposição a exigir a queda do Governo.

No início deste mês de Novembro, o Governo dinamarquês deu ordens para que entre 15 a 17 milhões de visons fossem abatidos, depois de as autoridades terem detectado uma mutação do SARS-CoV-2 que já infectou mais de 200 pessoas e que pode pôr em causa a viabilidade de uma futura vacina, ao reduzir a capacidade dos anticorpos neutralizantes.

Por precaução, o Executivo liderado pela primeira-ministra Mette Frederiksen deu ordens para que todos os visons do país fossem abatidos, tendo, inclusive, os militares sido destacados para ajudar no extermínio.

A ordem, no entanto, não tinha base legal, uma vez que o Governo apenas tinha permissão para ordenar a erradicação dos visons nas áreas afectadas pelos surtos e não em todo o país, como foi ordenado.

Por esse motivo, perante a crescente contestação no Parlamento dinamarquês e o choque com o próprio Governo, o ministro da Agricultura, Mogens Jensen, apresentou a demissão na passada quarta-feira.

A oposição não ficou satisfeita com a saída de cena de Jensen e pede mesmo a queda do Governo social-democrata de Mette Frederiksen.

“Quero que a primeira-ministra faça o mesmo”, afirmou Jakob Elleman-Jensen, do Partido Liberal, citado pela Deutsche Welle. “Quero que a primeira-ministra reconheça que, quando cometer um erro, a responsabilidade é dela”, acrescentou o líder do principal partido da oposição.

O pedido de emissão de Elleman-Jensen foi subscrito por outros partidos da oposição, inclusive pelo Partido Popular Dinamarquês, de extrema-direita.

Frederiksen, contudo, mantém-se firme no cargo e apesar de reconhecer que a ordem de abater entre 15 a 17 milhões de visons há duas semanas não teve base legal, defende a sua decisão, sublinhando que foi tomada com base nas recomendações das autoridades de saúde.

Entretanto, as autoridades dinamarquesas afirmaram que a mutação do vírus está “muito provavelmente” extinta.

Na Dinamarca, existem mais de mil quintas de criadores de visons, um animal muito procurado sobretudo devido à sua pele, utilizada para fazer casacos. Esta indústria emprega mais de seis mil pessoas e representa cerca de 800 milhões de euros anuais em exportações.

Os visons têm demonstrado enorme susceptibilidade à infecção pelo coronavírus, um problema agravado pelo facto de serem criados em grande número e em espaços fechados, facilitando o contágio.

A Dinamarca não é o único país que mandou abater visons nos últimos meses. Em Julho, a região de Aragão, em Espanha, ordenou a erradicação de mais de 100 mil visons e, semanas depois, os Países Baixos - que proibiram a criação destes animais para a indústria de peles - fizeram o mesmo, abatendo mais de dez mil visons.

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