Maradona foi rei da Bielorrússia por um dia

O final desta história é digno da vida de Diego Armando Maradona. O Dínamo nunca tinha sido campeão bielorrusso, mas, em 2019, depois da bênção do argentino, conquistou o primeiro título interno, quebrando 13 anos de hegemonia do BATE Borisov. Foi a mão de deus.

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Maradona a desfilar em Brest DR

Jogador, treinador, ídolo, herói, líder espiritual, deus e semi-deus. Diego Armando Maradona foi tudo isto e mais ainda. Um dia, decidiu que queria ser presidente  porque pode decidi-lo só assim, caso seja essa a sua vontade. Não foi presidente da Argentina, que o estatuto e prestígio não deram para tanto, mas de um clube de futebol.

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Mas nada, em Maradona, entra no espectro do previsto. O astro poderia ter tentado ser líder de um clube argentino, onde é adorado, ou mesmo do “seu” Nápoles, que o venera. Em vez disso, apostou num clube da… Bielorrússia.

No Sudoeste do país, paredes-meias com a Polónia, mora o Dínamo Brest, longe de ser um clube importante no futebol europeu – não é, sequer, o mais titulado no próprio país, sem campeonatos conquistados até ano ao passado.

A 16 de Julho de 2018, Maradona foi anunciado e anunciou-se como presidente do clube para os três anos seguintes. Mas isso foi naquele dia. Só naquele. Maradona não mais foi visto em Brest e a aventura acabou por durar cerca de um mês, até o astro receber uma proposta para ser treinador do Dorados de Sinaloa, do México. O clube apressou-se a dizer que Maradona acumularia as funções de treinador, no México, com as de um mero conselheiro e divulgador do futebol local, na Bielorrússia.

Mas fica para a história o dia em que o argentino apareceu em Brest. Chegou num jacto privado e, qual rei a desfilar perante os populares, percorreu as ruas da cidade num imponente Hummer, antes de ir ao estádio Brestsky, obviamente lotado, cumprimentar os novos fãs e os “seus” jogadores. Um deles, o português Dénis Duarte, actualmente a jogar no Penafiel, contou a bizarria que foi a chegada de Maradona.

“Apareceu no relvado a cumprimentar-nos. Ficámos um pouco surpreendidos e de boca aberta, porque estava ali uma lenda, mas estávamos todos orgulhosos (…) Ele esteve no balneário connosco, fez um discurso em castelhano, com um tradutor que ia traduzindo para russo. Nem me lembro bem do que disse, ainda estava a tentar apanhar o russo. Apanhei só algumas palavras soltas em espanhol, mas não percebi nada”, contou, ao Maisfutebol.

O final desta história é digno da vida de Diego Armando Maradona. O Dínamo nunca tinha sido campeão bielorrusso, mas, em 2019, depois da bênção de Maradona, conquistou o primeiro título interno, quebrando 13 anos de hegemonia do BATE Borisov. Foi a mão de deus.

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