Quando em 2018 o aeroporto de Beja, habituado a ser notícia pela negativa, recebeu o A380, foi uma festa: milhares acorreram ao local para assistir à chegada do maior avião de passageiros do mundo, que passava a estar ao serviço da empresa portuguesa Hi Fly. Afinal, Beja era (e é) o único local onde o avião está autorizado a aterrar em Portugal continental; nos Açores, pode aterrar nas Lajes.
A festa do avião, porém, tem os dias contados. A Hi Fly confirmou que “está a planear terminar” o contrato de leasing do A380 ainda este ano, sendo que o fim da produção do icónico aparelho, concorrente do Boeing 747, já tinha sido confirmada pela Airbus há mais de um ano.
"Após três anos de operações bem-sucedidas em todo o mundo”, adianta a empresa numa nota no seu Facebook, “a decisão de não prolongar o contrato chega como consequência da pandemia de covid-19, que reduziu drasticamente a procura de uma aeronave tão grande”.
Apenas 15 companhias aéreas no mundo operam um A380, “o maior e mais avançado avião de sempre”. Na configuração usada pela empresa portuguesa a aeronave de dois andares permitia 471 passageiros (12 em primeira, 60 em executiva, os restantes em económica).
“Acima de tudo, o icónico 9H-MIP ‘Save the Coral Reefs’ [Salvem os Recifes de Corais] era inspirador, tendo levado esta mensagem de responsabilidade a centenas de milhões de pessoas aos quatro cantos do mundo”.
Segundo a empresa, o A380 será substituído por “Airbus A330 adicionais”, mais pequenos e considerados “mais adequados” para as “actuais condições do mercado”, referem.
Este ano, entre as missões do avião ao serviço da Hi Fly, contam-se a retirada de portugueses da China por causa da pandemia e o transporte de material e equipamento médico.