Mãe acusada pelo crime de mutilação genital feminina. É a primeira vez em Portugal
Mulher acusada de submeter a filha de cerca de dois anos à mutilação genital feminina aguarda julgamento em liberdade. No ano passado, foram abertos sete inquéritos por suspeita de mutilação genital feminina, dos quais cinco foram arquivados.
O Ministério Público da Amadora acusou uma mulher pelo crime de mutilação genital feminina (MGF) contra a filha, que teria apenas dois anos na altura em que foi submetida à prática.
Numa nota publicada no site da Procuradoria-Geral Regional de Lisboa na terça-feira, lê-se que o Ministério Público “requereu o julgamento, em tribunal colectivo, de uma arguida pela prática de um crime de mutilação genital feminina”.
“Trata-se da primeira acusação por mutilação genital feminina” no país, confirmou ao PÚBLICO a Procuradoria-Geral da República, sendo, portanto, o primeiro caso de MGF que poderá chegar a tribunal em Portugal.
Segundo o comunicado do Ministério Público, foram encontrado indícios de que a menina, nascida em 2017, terá sido submetida ao corte “em data compreendida no período entre 4 de Janeiro e 15 de Março de 2019, sem que para tal houvesse indicação médica em virtude de doença ou patologia clínica”. A arguida, que arrisca uma pena de prisão de dois a dez anos se for condenada, aguarda julgamento em liberdade.
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