Concurso para argumentistas em Portugal Netflix/ICA recebeu quase 1200 candidaturas

A parceria entre o ICA e a plataforma de streaming Netflix pretende apoiar com 155 mil euros “os dez melhores projectos” de séries de ficção ou documentário, apresentados por “argumentistas e autores residentes em Portugal”.

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WOLFGANG RATTAY/REUTERS

Quase 1200 projectos de séries de ficção ou documentário foram admitidos ao concurso de apoio à escrita de argumentos para autores em Portugal, promovido pela plataforma Netflix com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA).

De acordo com informação divulgada esta quarta-feira pelo ICA, a lista de candidaturas admitidas apresenta 1198 projectos, nomeados apenas com o título —há 18 sem título —, sem identificação da respectiva autoria.

Entre os projectos admitidos estão, por exemplo, Migrações - Um encontro com a diversidade, Mil anos de comédias - Histórias de Portugal, Salazar hip hop e Das Brigadas Revolucionárias às Forças Populares de Abril (FP25), mas também uma candidatura intitulada Cristiano Ronaldo e as sardinhas assadas e outra com o nome Ricardo Salgado - Demasiado grande para falir, demasiado grande para julgar.

Fábrica - Uma história do futebol operário português, Zeca Afonso - Uma estátua de febre a arder, O amor é ficção científica, Outra vez atum? e Cidade dos lobos são outros projectos admitidos.

A parceria entre o ICA e a plataforma de streaming Netflix, anunciada em Abril passado, pretende apoiar, com 155 mil euros, “os dez melhores projectos” de séries de ficção ou documentário, apresentados por “argumentistas e autores residentes em Portugal”.

Segundo o regulamento, haverá uma pré-selecção por um júri português, mas será a plataforma Netflix a seleccionar os projectos a serem financiados, atribuindo 25 mil euros a cada um dos cinco melhores e seis mil euros a cada um dos restantes.

O júri que fará a pré-selecção — e anunciará os resultados até 30 de Julho — integra a directora de conteúdos da Netflix, Verónica Fernández, o ex-programador da SIC Luís Proença, que é agora director​ adjunto de comunicação da Fundação Calouste Gulbenkian, o escritor Possidónio Cachapa, a jornalista e crítica literária colaboradora do PÚBLICO Isabel Lucas e o realizador Jorge Paixão da Costa.

Este apoio financeiro foi anunciado numa altura em que o sector do audiovisual estava também praticamente paralisado por causa da pandemia da covid-19, com adiamento ou cancelamento de rodagens, que estão agora a ser lentamente retomadas.

Em Março, a revista Variety anunciava que a plataforma de streaming iria criar um fundo de 100 milhões de dólares (92 milhões de euros) para apoiar “profissionais da comunidade criativa que ficaram sem emprego e sem recursos, durante a crise causada pelo novo coronavírus”.