H&M no topo do ranking mundial da transparência das marcas de moda
No total foram analisadas 250 das maiores empresas da indústria da moda perante 220 indicadores relativos às informações que divulgam.
Entre as 250 maiores marcas de moda internacionais, a sueca H&M é a que tem as melhores práticas em termos de transparência. Segue-se a cadeia de fast-fashion C&A e as de desporto Adidas, Reebook e a germânica Esprit. O ranking é da organização Fashion Revolution e classifica as políticas das marcas de roupa preferidas dos consumidores numa escala percentual. No final da lista estão dez marcas com 0%, entre elas a Max Mara, Mexx, Pepe Jeans e a Tom Ford, porque “não revelam absolutamente nada relativamente às suas práticas, a não ser questões relacionadas com o recrutamento”, justifica o documento.
Esta é a quinta edição do relatório, criado pelo organismo composto por designers, académicos, marcas e outros profissionais da moda, e que avalia 250 marcas internacionais quanto à informação que divulgam acerca das suas políticas e práticas em termos sociais e ambientais, e dos impactos das suas acções. Estas são escolhidas com base nos seus rendimentos anuais serem superiores a 400 milhões de dólares, e fazem parte de diferentes segmentos, do calçado à roupa desportiva, passando pelas marcas de fast-fashion até às de luxo.
A sueca H&M destronou a Adidas e a Reebok no topo do ranking, tendo conquistado 73% — há um ano estava na quarta posição. A metodologia do estudo analisa 220 indicadores que incidem sobre a transparência das empresas perante políticas a nível social e ambiental, as práticas em diferentes pontos da cadeia de fornecimento, as condições e os salários dos trabalhadores, os testes em animais, por exemplo. Pelo segundo ano consecutivo, a United Colours of Benetton é a marca de moda italiana líder em termos de transparência, com 55%. Em comunicado, a empresa da família Benetton lembra que no primeiro ano da criação desta listagem se ficara pelos 17%.
Contudo, a média das marcas analisadas é de 23% (em 2019 era 21%), sendo que mais de metade das empresas analisadas tem um resultado abaixo dos 20%. Os promotores do estudo revelam que a falta de transparência quanto aos salários dos trabalhadores das cadeias de fornecimento, por exemplo, continua a ser um dos maiores problemas. Por outro lado, “no que toca às questões ambientais tais como a utilização sustentável de materiais, há mais marcas a publicar dados e informação relevantes”, admite o relatório.
A transparência analisada não se limita à divulgação daquilo que as marcas conseguem fazer de melhor, mas sim demonstrar os “desafios sistemáticos” com que são confrontadas e as suas respostas. Os autores do relatório sublinham que “a transparência não é um objectivo final, mas sim uma ferramenta de mudança” que permite a responsabilização das empresas pelas suas práticas. E serve também para os consumidores tomarem “decisões mais conscientes” porque têm “mais e melhor informação sobre os impactos sociais e ambientais das roupas que compram”.