Covid-19: Portugal com mais 28 mortes. Casos aumentam 1%, a taxa mais baixa desde o início do surto
Em Portugal, desde o início do surto, foram contabilizados 19.022 casos positivos. Desta quinta para sexta-feira, casos crescem 1%, e mortes 4,5%. Há 222 pessoas nos cuidados intensivos e 519 recuperadas.
Desde o início do surto de covid-19 em Portugal, já morreram 657 pessoas, 28 só nas últimas 24 horas, o que equivale a uma subida de 4,5%. Há 19.022 casos registados, 181 identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1%, de acordo com os dados do último boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Esta taxa de crescimento é a mais baixa desde o início do surto em Portugal.
Os números, divulgados esta sexta-feira, dão conta de 1284 pessoas internadas, das quais 222 estão nos cuidados intensivos (menos 7 do que no dia anterior). Em Portugal, a taxa de letalidade da doença é de 3,5% e a taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 12,4%.
Ainda segundo o boletim da DGS, há 4805 pessoas a aguardar resultado laboratorial e 25.456 estão sob vigilância das autoridades de saúde. O número de pessoas recuperadas subiu para 519 (mais 26 que no dia anterior). Uma pessoa é considerada “curada” depois dois testes negativos.
Desta quinta para sexta-feira, foram realizados 4213 testes para despistar a covid-19 em Portugal. Durante a conferência de imprensa desta sexta-feira, António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, avançou que as pessoas em tratamento domiciliário representam 87,1% dos casos confirmados. Cerca de 6,8% dos doentes internados: 5,8% em enfermarias, 1,2% nos cuidados intensivos.
Das 657 vítimas mortais, 433 estavam acima dos 80 anos. O relatório dá ainda conta da morte de 137 pessoas que tinham entre 70 e 79 anos; 61 com idades entre os 60 e 69 anos, 18 pessoas entre os 50 e os 59 anos, e ainda oito pessoas entre os 40 e os 49 anos.
Dos 19.022 casos confirmados, 2877 foram detectados em cidadãos acima dos 80 anos, 1731 em pessoas entre os 70 e os 79 anos, 2341 em pessoas entre os 60 e os 69 anos, 3306 em cidadãos entre os 50 e os 59 anos, 3296 em pessoas entre os 40 e os 49 anos e 2649 casos em pessoas entre os 30 e os 39 anos. Há ainda a destacar os casos confirmados na faixa etária dos 20-29 anos (2013), nas pessoas entre os 10 e os 19 anos (487) e na faixa etária dos 0 e dos nove anos (322).
A região Norte continua a ser a que concentra o maior número de casos, com 11.324 pessoas infectadas e 377 óbitos. A segunda região mais afectada é a de Lisboa e Vale do Tejo, com 4302 casos confirmados e 119 vítimas mortais. A região Centro acumula 2778 casos confirmados e 148 mortes. A região do Algarve soma 305 casos confirmados e nove mortes. Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 102 e 53, respectivamente. O Alentejo (com 158 casos confirmados) e a Madeira (com 53) são as únicas regiões sem mortes registadas.
Lisboa voltou a ser o concelho com maior número de casos (1020), seguido do Porto (1017) e de Vila Nova de Gaia (972). Outros concelhos que registam um elevado número de casos são Matosinhos (845), Braga (798), Gondomar (797), Maia (714), Valongo (562), Ovar (498), Sintra (463), Coimbra (345), Santa Maria da Feira (311), Cascais (280), Guimarães (277), Vila Nova de Famalicão (250), Loures (240), Aveiro (232), Amadora (220) e Santo Tirso (215). Nesta quinta-feira, Portugal tinha registado um total de 629 mortes e 18.841 casos de infecção.
Os infectados por concelho podem ser mais do que os registados no boletim, uma vez que os números são os do SINAVE – Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, que correspondem a 82% dos casos confirmados.
"Crescimento de 1% é consistente com a fase de planalto"
Durante a conferência da Direcção Geral da Saúde desta sexta-feira, Graça Freitas afirmou que o crescimento de 1% registado esta sexta-feira vai ao encontro da “fase de planalto” da curva em que Portugal se encontra. “Temos tido um achatamento da curva, mas temos de aguardar mais dias para perceber o significado do número de hoje”, adiantou a directora-geral da Saúde. Por essa razão, o crescimento desta sexta-feira vai ser “olhado com cautela”.
Todas as medidas preconizadas pelos países servem para que “possam sair deste período do confinamento”, mas Graça Freitas realçou que, mesmo aí, vai ser necessário continuar com todos os cuidados. Momentos antes, António Lacerda Sales, secretário de Estado da saúde, também tinha realçado que é preciso manter a disciplina para não deitar a perder o que foi feito até aqui. “Estamos a começar a terceira semana do estado de emergência e temos de renovar a confiança de que este é o caminho a percorrer e, infelizmente, não há atalhos”, frisou.
Ainda que a taxa de crescimento desta sexta-feira seja a mais baixa desde o início do surto em Portugal, a directora-geral da Saúde realçou que “é preciso incorporar as medidas” no dia-a-dia para contrariar a proliferação do vírus. “Detectar, isolar e procurar contactos para quebrar cadeias de contágio” terão de ser os esforços principais das autoridades de saúde para combater a expansão do novo coronavírus. “Vai ser deste equilíbrio que vamos mitigar” o impacto do vírus e voltar a ter actividade social e económica “o mais próximo possível” do que o país tinha antes da pandemia.
Dia 15 foi o dia com mais testes processados
Mais de 64% das amostras foram processadas este mês, e 15 de Abril foi o dia com mais processadas, com mais de 12.500. Desde 1 de Março, foram realizados cerca de 224 mil testes. O secretário de Estado acrescentou que o maior número de testes não se reflectiu num aumento proporcional de amostras, considerando ser um dado positivo.
Durante esta semana, foram distribuídos 272 mil testes pelas ARS e duas regiões autónomas, mais oito mil que as previstas “A resposta tem sido dinâmica e ajustável” à fase epidemiológica, de acordo com António Lacerda Sales, adiantando que em breve vão ser distribuídos os primeiros cinco mil testes biomoleculares. Estes testes permitem ter resultados em cerca de 45 minutos, destinados a utilizar “preferencialmente” em ambiente hospitalar e em casos de urgência, antes de operações ou doentes oncológicos, por exemplos.
Até esta sexta-feira, foi reforçada a capacidade de ventiladores em 426. Há 65 na embaixada portuguesa em Pequim, previstos para chegar no início da próxima semana. Os restantes 443 deverão chegar em outros voos ao longo das próximas duas semanas.
António Lacerda Sales elogiou a reconversão da indústria portuguesa para auxiliar no combate à pandemia, um esforço “extraordinariamente bom”, agradecendo a todos os empresários que têm colaborado.