Estudar em casa em tempos de covid-19? Ordem dos Psicólogos cria guia para os pais
O confinamento trouxe novos desafios para pais e filhos. A Ordem dos Psicólogos dá dicas para ajudar e tranquilizar os pais/cuidadores, mas relembra que “isolamento não é estar de férias”.
Por esta altura, no ano passado, famílias inteiras preparavam-se para o regresso às aulas após as férias da Páscoa. Agora, confinadas às suas casas, muitas vezes em regime de teletrabalho, os pais ou cuidadores procuram conciliar a vida profissional, familiar e a educação dos filhos.
Com as mudanças das rotinas habituais das famílias causada pela pandemia covid-19, a Ordem dos Psicólogos Portugueses (OPP) criou um Guia para Pais e Cuidadores que ajuda a gerir a logística dos estudos que, neste 3.º período, serão em casa para a maioria dos alunos portugueses. Isto porque “isolamento não é estar de férias”, relembra o documento enviado às redacções.
Cuide de si
O primeiro passo para manter a tranquilidade é consciencializar-se de que ficar em casa significa contribuir para a segurança de todos. É, também, uma oportunidade para passar mais tempo em família. Tenha expectativas realistas quanto à sua própria produtividade em regime de teletrabalho, sobretudo se tiver crianças mais novas com as quais dividir a sua atenção. Lembre-se de que é pai/cuidador e não um professor: a si cabe-lhe apenas ajudar a criança ou adolescente a aprender e regular o estudo.
Organize uma nova rotina
Com os seus filhos construa um horário semanal. Inclua tempos dedicados ao estudo, mas também ao lazer e às redes sociais (sobretudo aos fins-de-semana). Não se esqueça dos momentos de pausa que ajudam a manter a concentração e a motivação. Não existe uma solução universal, todos os planos têm de ser adaptados a cada família. A OPP relembra que o sofá e a cama devem ser reservados para o lazer ou o sono, ou seja, diferencie a zona de estudo da zona de lazer.
Acompanhe o estudo
Os alunos por todo o país têm acesso a inúmeros recursos, materiais e actividades, bem como plataformas novas às quais devem aceder. “É normal que se sintam, bem como os pais e cuidadores, sem saberem por onde começar”, aponta o documento. Os estudantes devem dar o seu melhor, mas nem sempre será possível cumprir todas as exigências, salvaguarda a OPP. Quantidade não é qualidade, também no estudo. Promova o estudo autónomo e tente ser apenas como um tutor que guia e motiva. Não cabe aos pais “policiar” o cumprimento de todas as tarefas nem fazer o trabalho pelos filhos.
No caso de crianças mais novas, ajude-as a dividir “grandes quantidades de matéria em pequenos conjuntos de informação” que se tornem “menos assustadores e mais recompensadores”, sublinham os psicólogos. Quanto aos mais velhos, ajude-os a determinar quanto tempo devem dedicar a cada disciplina, mediante as suas dificuldades.
Por fim, mantenha presente que “o apoio emocional e a orientação dos pais/cuidadores são fundamentais para o sucesso escolar das crianças e adolescentes”. Estimule e elogie as conquistas. Lembre-se de que pode sempre contactar os professores para, por exemplo, encontrar estratégias alternativas de estudo.