Tricô, bordado e croché “já não são coisa de velhinha”. São para quem quer mudar o mundo

José Luiz borda auto-retratos em que aparece despido, Zélia tricota meias em trabalho de parto e Andreia é crocheteira de técnicas japonesas desde que estuda arquitectura. Seja nas Agulhas de Portugal ou no Gang do Tricot, é em grupo que estes jovens e adultos ocupam as retrosarias de dia e os bares à noite. Querem mostrar como as agulhas tornam o mundo mais solidário, sustentável e consciente.

Foto
José Luiz a bordar com o seu filho Nuno Ferreira Santos

“Taciturna, sempre a fazer meia, com enormes óculos de tartaruga sobre o nariz de águia”. O imaginário que Eça de Queiroz constrói em redor das tricotadeiras no livro O Primo Basílio em 1878 espelha a ideia clichê, que se arrasta durante várias décadas, de que as mulheres dedicadas não só ao tricô mas também ao croché ou bordado vivem na sombra das agulhas, esmorecidas, com o espírito engarrafado. Mas nos últimos anos este universo tem ganhado uma nova roupagem e conceitos como “bordado feminista” ou “costura subversiva” conquistam cada vez mais seguidores.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.