Propostas para metro entre Santos e Cais do Sodré excedem preço base

Valores acima do previsto obrigam ao lançamento de um novo concurso.

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Consórcio Teixeira Duarte/Alves Ribeiro/HCI/Tecnovia apresentou os valores mais elevados Margarida Basto

Houve apenas duas propostas para as primeiras obras do metro de Lisboa entre a futura estação de Santos e o Cais do Sodré, e ambas ficaram acima do preço base apresentado pela empresa pública. De acordo com o metro, este é um factor que “determina, obrigatoriamente, a exclusão de ambas as propostas”, ao abrigo do Código dos Contratos Públicos.

O relatório final ainda terá de confirmar essa exclusão, que ditará a elaboração de um novo concurso, para adjudicação da empreitada de projecto e “de execução dos toscos entre a Estação de Santos e o término da Estação do Cais do Sodré”. O novo concurso será lançado “oportunamente”, não ficando claro, neste momento, os impactos no calendário da obra. Para já, diz a empresa, “o júri elaborou o relatório preliminar de análise e avaliação das propostas apresentadas”, que está “em fase de audiência prévia de interessados”.

A proposta de montante menos elevado foi entregue pelo consórcio formado pela Mota-Engil e pela Spie Batignolles International, com o valor de 87,5 milhões de euros, enquanto a do consórcio Teixeira Duarte/Alves Ribeiro/HCI/Tecnovia chegou aos 110 milhões de euros (mais 22,5 milhões do que o concorrente).

Estes dois consórcios entregaram também propostas para os toscos entre a Estação do Rato e Santos (apelidado de lote 1, sendo o outro o lote 2), mas que, neste caso, contou com mais outros dois concorrentes. Todos apresentaram candidaturas em linha com os valores solicitados pela empresa.

A proposta do consórcio Teixeira Duarte/Alves Ribeiro/HCI/Tecnovia foi novamente o mais elevado (77 milhões), seguindo-se, por ordem decrescente, a da Mota-Engil/Spei (49,63 milhões), a da Zagope (48,62 milhões) e o da Casais/Acciona (47,69 milhões). Estas estão agora “em análise e avaliação pelo júri do procedimento”.

Em Maio de 2017, quando foi apresentado projecto de expansão em curso, e que prevê uma linha circular, a ideia era terminar as obras em 2021 ou no início de 2022, e abrir nesse ano as novas estações. Em Setembro de 2019, em declarações ao Observador, o presidente do metro, Vítor Domingues dos Santos, já afirmou que a expectativa é ter as obras terminadas em 2023, mas que a inauguração só deverá ocorrer em meados ou no terceiro trimestre de 2024.

Novas carruagens avançam

Esta sexta-feira, o metro de Lisboa comunicou também a aprovação da compra de novas carruagens e um novo sistema de sinalização ao consórcio formado pela Siemens e pela Stadler Rail Valencia.

“A adjudicação foi aprovada hoje na sequência do concurso público internacional lançado em Setembro de 2018”, afirmou a empresa. O investimento, de 114,5 milhões, engloba, além do novo sistema de sinalização, 42 carruagens novas (formadas por 14 unidades triplas) e a instalação do novo sistema “em 70 comboios já existentes”.

Em Dezembro, conforme noticiou então o Expresso, a Thales e a CRRC Tangshan, que estavam unidas num consórcio concorrente, impugnaram judicialmente este concurso - na corrida estavam apenas este consórcio e o formado pela Stadler e pela Siemens, escolhido como vencedor.

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